Supertufão deixou 4.460 mortos nas Filipinas, diz ONU
Números oficiais, que são do governo filipino, são quase o dobro do último divulgado; sobreviventes estão desesperados com o ritmo da distribuição de ajuda que tem sido dificultado pela paralisação dos governos locais, saques generalizados, falta de combustível e estradas interditadas
Por Stuart Grudgings
TACLOBAN, Filipinas, (Reuters) - Um porta-aviões dos Estados Unidos começou a descarregar água e comida na região central das Filipinas devastada pelo supertufão Haiyan, enquanto a Organização das Nações Unidas, citando números do governo, afirmou que o fenômeno natural matou 4.460 pessoas, quase o dobro do último número oficial.
O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, tem enfrentado uma crescente pressão para acelerar a distribuição de suprimentos e reavivou o debate sobre a quantidade de vítimas fatais do tufão.
Aquino disse que a cifra de 10.000 mortos estimada no início desta semana por autoridades locais era exagerada e foi causada pelo "trauma emocional". Ele afirmou que o número estava mais perto de 2.000 ou 2.500, acrescentando que poderia subir. Seus comentários provocaram ceticismo entre alguns agentes de ajuda humanitária.
"Até 13 de novembro, o governo informou que 4.460 pessoas morreram", afirmou o escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários em seu relatório diário sobre a situação, emitido de Manila e datado de 14 de novembro.
Um oficial confirmou nesta quinta-feira o número de mortos em 2.357. Não ficou claro na sexta-feira (horário local), ainda muito cedo em Manila, se o governo atualizou publicamente esse número durante a madrugada.
Os sobreviventes estão cada vez mais desesperados e irritados com o ritmo da distribuição de ajuda que tem sido dificultado pela paralisação dos governos locais, saques generalizados, falta de combustível e estradas interditadas por destroços.
Os mortos estão sendo enterrados uma semana depois da passagem da tempestade e de algo semelhante a um tsunami que atingiram cidades costeiras. Muitos corpos permanecem descobertos em estradas ou sob casas desmoronadas em Tacloban, a cidade mais afetada.
Agentes humanitários estrangeiros disseram que se trata de um desastre sem precedentes nas Filipinas.
"Há devastação. Pessoas estão desesperadas por comida, água, abrigo, suprimentos e informações sobre seus entes queridos", disse a jornalistas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante uma visita à Letônia nesta quinta-feira.
"Estamos fazendo todo o possível para apressar a assistência àqueles que dela necessitam. Agora é a hora de a comunidade internacional ficar com o povo das Filipinas."
O porta-aviões norte-americano USS George Washington e outros navios chegaram na noite desta quinta-feira à costa da duramente afetada província oriental de Samar com 5.000 tripulantes e mais de 80 aeronaves.
(Reportagem adicional de Rosemarie Francisco e Eric dela Cruz, em Manila; de Michelle Nichols, na ONU; de Phil Stewart, em Washington; de Greg Torode, em Hong Kong; e de Aija Krtaine, na Letônia)
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