Suposto conluio com Rússia é 'mentira detestável', diz secretário de Justiça dos EUA
Jeff Sessions classificou nesta terça-feira de "uma terrível e detestável mentira" a ideia de que conspirou com o envolvimento russo na campanha presidencial de 2016, mas se recusou a responder uma série de questões em audiência no Senado; "Eu nunca me encontrei ou tive qualquer conversa com qualquer russo ou qualquer autoridade estrangeira a respeito de qualquer tipo de interferência com qualquer campanha ou eleição nos Estados Unidos. Além disto, eu não possuo conhecimento de tais conversas por qualquer pessoa ligada à campanha de Trump", disse Sessions
WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Jeff Sessions, classificou nesta terça-feira de "uma terrível e detestável mentira" a ideia de que conspirou com o envolvimento russo na campanha presidencial de 2016, mas se recusou a responder uma série de questões em audiência no Senado.
Sessions, um integrante sênior do gabinete do presidente republicano Donald Trump e assessor da campanha presidencial de Trump no ano passado, prestou depoimento sobre suas conversas com autoridades russas e sobre se intencionalmente enganou o Congresso, num momento em que o Comitê de Inteligência do Senado investiga a questão russa.
"Eu nunca me encontrei ou tive qualquer conversa com qualquer russo ou qualquer autoridade estrangeira a respeito de qualquer tipo de interferência com qualquer campanha ou eleição nos Estados Unidos. Além disto, eu não possuo conhecimento de tais conversas por qualquer pessoa ligada à campanha de Trump", disse Sessions.
"A sugestão de que participei de qualquer conspiração ou que estava ciente de qualquer conspiração com o governo russo para ferir este país, que eu servi com honra por mais de 35 anos, ou para prejudicar a integridade de nosso processo democrático, é uma terrível e detestável mentira", afirmou.
O secretário de Justiça foi criticado por democratas por não responder a questões sobre conversas que ele teve com Trump. O senador democrata Martin Heinrich o acusou de violar a promessa de dizer a verdade. Ele disse a Sessions: "Você está impedindo essa investigação".
Sessions é a autoridade de maior escalão no governo Trump envolvida na controvérsia sobre se associados do presidente se envolveram com a Rússia para ajudá-lo a vencer a eleição.
O presidente do comitê, o republicano Richard Burr, disse a Sesions que a audiência era "sua oportunidade para separar fato de ficção" e "esclarecer diversas acusações relatadas na imprensa".
Mesmo antes de Sessions testemunhar, a atenção em Washington girou para se Trump pode buscar demitir Robert Mueller, nomeado no mês passado pelo Departamento de Justiça para comandar uma investigação federal sobre a questão russa.
Sessions afirmou a senadores que possui confiança em Mueller, mas disse não ter ideia se Trump possui, porque não conversou com o presidente sobre a questão. Perguntado se pode um dia tomar qualquer ação para remover Mueller, Sessions disse: "Penso que isto não seria apropriado para eu fazer".
Tal ação seria complicada e possivelmente politicamente explosiva. O vice-secretário de Justiça, Rod Rosenstein, pessoa que seria responsável por realizar tal demissão, disse a um painel diferente do Congresso nesta terça-feira que não demitiria Mueller sem boa causa e que não viu nenhuma do tipo.
Sessions, ex-senador republicano, se apresentou perante o Comitê de Inteligência do Senado somente cinco dias após James Comey, que Trump demitiu como diretor do FBI em 9 de maio, dizer ao colegiado que Trump lhe demitiu para enfraquecer a investigação da agência sobre a questão russa. Sessions havia escrito uma carta a Trump recomendando a demissão de Comey.
O depoimento de Comey marcou o mais recente capítulo em uma saga que persistiu nos cinco primeiros meses da Presidência do republicano Trump e distraiu o presidente de sua agenda política interna, incluindo iniciativas sobre saúde e corte de impostos.
(Por Julia Edwards Ainsley e Patricia Zengerle)
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