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      The Economist massacra François Hollande

      Revista britnica chama o candidato socialista de "perigoso" na capa da edio desta semana e explica em um editorial picante porque sua eleio como presidente da Frana seria malfica tanto para o pas quanto para a Europa

      The Economist massacra François Hollande (Foto: JACKY NAEGELEN/Reuters)
      Gisele Federicce avatar
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      Roberta Namour – correspondente do 247 em Paris – A mesma revista que apoiou a eleição de Dilma Rousseff no Brasil, ‘apesar de seu mau humor’, para manter o progresso do país, publicou esta semana um agressivo editorial sobre a corrida à presidência na França. A britânica The Economist, que chama o candidato François Hollande de "perigoso" na capa, diz que a eleição do socialista como presidente da França seria negativa para o país e para a Europa.

      Sem nenhuma parcimônia, a publicação afirma que se tivesse a oportunidade votaria no atual presidente conservador e candidato à reeleição, Nicolas Sarkoy, no segundo turno de 6 de maio, "não tanto por seus méritos, mas para manter Hollande fora".

      O texto contextualiza a França em um momento crucial para mudanças. "A dívida pública é elevada e segue crescendo, o governo leva mais de 35 anos sem excedente orçamentário, os bancos estão subcapitalizados, o desemprego é persistente e corrosivo e, com 56% do PIB, o peso do Estado francês é maior ao de qualquer país do euro".

      Depois, aponta as falhas do programa de François Hollande. Seu programa "parece muito pobre na hora de responder a isto, especialmente levando em consideração que os vizinhos da França têm realizado verdadeiras reformas", afirma a revista.

      Segundo a publicação, o socialista fala muito em justiça social, mas quase nunca da necessidade de criar riquezas. Se ele está empenhado em reduzir o déficit orçamentário, ele o planeja fazer com o aumento de impostos, não cortando as despesas. Hollade prometeu contratar 60 mil novos professores. Pelos seus próprios cálculos , a sua propostas equivaleria a 20 bilhões de euros suplementares em cinco anos. O Estado se inflacionaria ainda mais.

      Quanto ao seu impacto na Europa, o editorial reconhece o mérito do candidato de enfrentar a dura austeridade defendida pela Alemanha que coloca em perigo a recuperação da Zona do Euro, mas considera que ele faz isto "pelos motivos equivocados".

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      "O problema é que, ao contrário, por exemplo, de Mario Monti, a oposição de Hollande contra o pacto fiscal não se limita a sutilezas macroeconômicas como o ritmo de aperto orçamentário. Representa uma resistência à mudança e uma determinação para preservar o modelo social francês a todo custo. Hollande simplesmente não quer reformar nada."

      A chanceler alemã Angela Merkel não fez de fato campanha para Nicolas Sarkozy, mas não esconde sua opinião. "Para a Alemanha, Sarkozy é o melhor presidente, porque ele compartilha nossa visão sobre a disciplina fiscal e rejeita os Eurobonds ", disse francamente à imprensa Michael Link, o vice-ministro alemão de Assuntos Estrangeiros.

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      O editoral causou constrangimento entre a esquerda francesa. O deputado socialista Michel Sapin, coordenador da campanha de Hollande, respondeu nesta sexta-feira em uma entrevista à rádio Europe 1 que a revista é conhecida por ser "antifrancesa e antissocialista" e preferiu recordar o jornal Financial Times, que destacou a necessidade de promover o crescimento na Europa, como defende o socialista.

      Se o candidato tem dificuldade em convencer as maiores economias europeias, ele conta, no entanto, com o apoio dos países afundados na crise financeira. Como é o caso da Irlanda. O Irish Times publicou um editorial dizendo que a perspectiva de uma iminente mudança de regime em Paris poderia também revitalizar uma Europa social, agora ameaçada de extinção neste clima de rigor econômico e de ortodoxia neoliberal.

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