Trump declara “guerra” contra cartéis e os chama de “ISIS do Ocidente”
Presidente dos EUA anunciou novas ações contra o narcotráfico e justificou ataques militares no Caribe e no Pacífico
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (23) que o país está em “guerra” contra os cartéis de drogas, que comparou ao grupo terrorista Estado Islâmico. O anúncio foi feito em um discurso na Casa Branca, no qual o mandatário detalhou novas medidas de seu governo para combater o narcotráfico e reforçou a postura militarizada da campanha antidrogas.
As declarações foram publicadas pela emissora RT Brasil, que destacou que Trump classificou os cartéis como “a principal ameaça à segurança nacional”. “Sob a administração Trump, estamos finalmente tratando os cartéis como a principal ameaça à segurança nacional que eles realmente representam. Os cartéis estão travando uma guerra contra os EUA. E, como prometi na campanha, estamos declarando uma guerra como nunca antes”, afirmou o presidente norte-americano.
Segundo Trump, as ações recentes do governo incluem a prisão de mais de 3 mil líderes e membros de gangues, além de 120 mil “criminosos”. O republicano também destacou a apreensão de “mais de 70 toneladas de narcóticos letais e cerca de mil armas” nas últimas semanas. “Esta já é a operação anticartéis e antigangues mais bem-sucedida na história dos EUA. E está apenas começando. Não vamos parar até que a ameaça tenha sido erradicada completamente”, declarou.
Ataques e controvérsias internacionais
Desde setembro, o governo dos Estados Unidos vem realizando o que descreve como “ataques cinéticos” contra embarcações suspeitas de tráfico, inicialmente no Caribe e, mais recentemente, no Oceano Pacífico. As operações já resultaram em mais de 30 mortes e levantaram críticas de organizações internacionais, que questionam a legalidade das ações por supostas violações do direito internacional.
Durante entrevista na Casa Branca, o presidente defendeu os bombardeios, afirmando que eles ocorreram em “águas internacionais” e que se justificam diante do impacto das drogas ilegais no país. “Temos uma questão de segurança nacional, de verdade. Devo dizer isto: quando vemos as pessoas com as quais lidamos, e as conhecemos, conhecemos os barcos, sabemos de tudo, temos permissão para agir. É em águas internacionais. Se não fizermos isso, vamos perder centenas de milhares de pessoas”, disse Trump.
Apesar das declarações, Washington não apresentou provas que sustentem as alegações feitas pelo presidente, como a identificação das embarcações atacadas, o número de vítimas ou a relação das cargas com grupos criminosos.



