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TSE da Bolívia tenta salvar Añez e adia novamente eleições no país

"Adiamento é uma clara manifestação de desespero, além de descompromisso com a democracia”, diz pesquisador e cientista político boliviano

Jeanine Anez (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
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Operamundi - Atendendo à solicitação da autoproclamada presidente Jeanine Ánez, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia anunciou oficialmente, nesta quinta-feira (23), o adiamento das eleições presidenciais e do parlamento bicameral previstas para 6 de setembro. 

O pleito que já havia sido adiado do início de abril para setembro, agora foi remarcado para 29 de novembro, conforme afirmou o presidente do TSE, Salvador Romero, indicado por Áñez. 

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A alegação utilizada é de que a decisão obedece a “informes médicos” que alertam que a pandemia de coronavírus — a mesma que não foi combatida pelo governo que busca vencer nas urnas — terá seu auge entre o final de agosto e o começo de setembro.

Desta forma, figuras como Luis Fernando Camacho e Jorge Quiroga, que participaram com a polícia e as Forças Armadas do assalto à presidência, matando dezenas de bolivianos, levando centenas à prisão e resultando na partida de Evo Morales para o exílio, se somaram a Áñez na empreitada.

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O ex-presidente Evo, coordenador da campanha do ex-ministro da Economia, Luis Arce Catacora, candidato do MAS-IPSP (Movimento Ao Socialismo – Instrumento Político para a Soberania dos Povos), havia alertado horas antes do comunicado do TSE para o significado de uma nova postergação.

“Um adiamento da data das eleições somente prejudicará o povo pela ingovernabilidade em que se observa a pandemia, sem nenhum controle e a crise econômica”, frisou. A declaração tinha sido feita logo após a divulgação de uma pesquisa em que 72% dos bolivianos manifestaram que pretendiam votar em 6 de setembro.

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"Adiamento ilegal e inconstitucional"

Na avaliação de Evo, o novo adiamento é “ilegal e inconstitucional”. “As leis 1297 e 1304 determinam os prazos para que as eleições se realizem. O único órgão de Estado que pode modificar este prazo é a Assembleia Legislativa Plurinacional”, acrescentou em suas redes sociais. 

Para Evo, o governo Áñez “quer ganhar mais tempo para continuar com a perseguição a dirigentes sociais e contra candidatos do MAS-IPSP (Movimento Ao Socialismo - Instrumento Político para a Soberania dos Povos)”, justamente no momento em que o seu candidato à presidência lidera por ampla margem todas as pesquisas de intenção de voto.

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“Acredito que, a esta altura, o governo golpista se utiliza de todas as estratégias possíveis para tentar ganhar tempo a fim de desgastar a imagem de Luis Arce e barrar o amplo crescimento da sua candidatura”, denunciou o pesquisador e cientista social Porfirio Cochi. Na avaliação do estudioso boliviano, “o adiamento é uma clara manifestação de desespero, além de descompromisso com a democracia”.

Ex-chefe das Rádios dos Povos Originários (RPOs) do Ministério da Comunicação do governo Evo, Dolores Arce alerta que também estão buscando inabilitar a candidatura e anular a sigla do MAS por meio de uma equivocada interpretação de uma lei eleitoral, na qual não poderia haver sido divulgada uma pesquisa interna.

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“Querem inventar um delito eleitoral onde não existe e, ao mesmo tempo, postergar as eleições para que não tenham rivais. Temos que lembrar que Salvador Romero, do TSE, foi nomeado por Áñez e o filho [dela] é sua mão direita. Há poucos dias todos os partidos de direita e os chamados Comitês Cívicos, liderados por grandes empresários, se somaram à mídia golpista para manipular e pressionar pelo retrocesso, como se fosse uma expressão de todos”, sublinhou Dolores, também ex-diretora-executiva do Centro de Educação e Produção Radiofônica da Bolívia (Cepra).

Considerando as pesquisas divulgadas esta semana, o especialista em opinião pública Julio Córdova concluiu que o MAS pode repetir sua votação de outubro do ano passado (47%), ganhando o pleito ainda no primeiro turno.

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