União Europeia diz que não reconhece politicamente o Talibã, mas mantém contatos operacionais
A União Europeia não reconhece politicamente os talibãs e se limita apenas a contatos técnicos com eles, declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen
Sputnik - A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, admitiu que a UE está mantendo contatos "operacionais" com o Talibã para facilitar as operações de evacuação no Afeganistão, mas nada mais.
“Não há negociações políticas, não há reconhecimento do Talibã”, esclareceu ela durante sua visita à base aérea de Torrejón de Ardoz (Madrid), que funciona como um centro logístico para a recepção de colaboradores afegãos da União Europeia antes de sua distribuição em todo o velho continente.
Questionado sobre o diálogo com as autoridades talibãs, Von der Leyen afirmou que "é sempre bom conversar se isso pode salvar vidas", mas acrescentou que isso é "algo completamente diferente de ter conversas políticas".
Durante a coletiva de imprensa em Madrid, Von der Leyen anunciou que, dada a situação difícil do país, irá propor um aumento de 57 milhões de euros que a Comissão Europeia destina atualmente à ajuda humanitária ao Afeganistão.
No entanto, destacou que o governo talibã não terá acesso a esse dinheiro se persistirem situações que, aos olhos da União Europeia, representam uma violação dos direitos humanos.
Nesse sentido, afirmou que “serão os atos que nos dirão qual é o grau de credibilidade da nova etapa que se abre no Afeganistão”, mas deixou claro que “nem um euro de ajuda humanitária poderá ser atribuído a um regime que nega às mulheres seus direitos e liberdades. "
Por seu turno, o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, declarou que a resposta da União Europeia à crise do Afeganistão assenta nos melhores valores do bloco comunitário para responder "com unidade e solidariedade".
"A Espanha acredita que neste momento estamos reivindicando os melhores valores e princípios da UE: unidade entre todos os Estados membros para dar uma resposta conjunta aos desafios comuns que temos e solidariedade com todos aqueles que sofrem", disse Sánchez, em sua primeira aparição pública após a queda de Cabul para o movimento talibã.
