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Vacina indiana, alvo de clínicas particulares brasileiras, é críticada por aprovação apressada

Imunizante cuja aquisição está sendo negociada por clínicas particulares brasileiras ainda desperta receios na comunidade científica

Vacina da Sinopharm (Foto: Zhang Yuwei/Xinhua via AP)
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Metrópoles - Autorizada para uso emergencial na Índia neste domingo (3/1,) a vacina Covaxin, produzida pelo grupo farmacêutico indiano Bharat Biotech, ainda não tem a confiança da comunidade científica. A falta de dados sobre os resultados da fase 3, etapa em que se verifica a eficácia do medicamento em humanos, é uma das principais críticas dos especialistas.

O controlador-geral de medicamentos da Índia, V. G. Somani, afirmou que a Covaxin é “segura e fornece uma resposta imunológica robusta”. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, classificou a aprovação do imunizante como uma “virada de jogo” no combate ao coronavírus. Profissionais de saúde, contudo, estão preocupados com a falta de dados sobre a eficácia do imunizante.

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Em um comunicado à imprensa enviado neste domingo (3/1), Krishna Ella, presidente e diretora administrativa da Bharat Biotech, disse que “a aprovação da Covaxin para uso emergencial é um salto gigante para a inovação e desenvolvimento de novos produtos na Índia”. Segundo ela, este é “um momento de orgulho para a nação e um grande marco na capacidade científica da Índia”.

Uma das vozes resistentes à utilização da vacina é a entidade independente de vigilância em saúde All India Drug Action Network. A organização se disse “chocada” e com “preocupações significativas” com relação à falta de transparência na aprovação da vacina. Segundo o ativistas, o processo de aprovação “levantaria mais perguntas do que respostas e provavelmente não reforçaria a fé em nossos órgãos de decisão científica”.

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Ao jornal Times of India, Gagandeep Kang, especialista médica do país, afirmou que não há absolutamente nenhum dado de eficácia apresentado ou publicado. “Nunca tinha visto nada parecido antes”, disse a médica.

No domingo (3/1), a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) informou que negocia a aquisição de 5 milhões de doses do imunizante indiano. Geraldo Barbosa, presidente da ABCVAC, espera que o resultado da fase 3 dos testes saia ainda neste mês de janeiro. Se isso se confirmar, a associação deve entrar em fevereiro com pedido de registro definitivo para a Covaxin na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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A vacina indiana

A Covaxin é desenvolvida pelo grupo farmacêutico indiano Bharat Biotech em colaboração com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR) – Instituto Nacional de Virologia (NIV). O imunizante recebeu a aprovação do Controlador Geral de Medicamentos da Índia (DCGI) em julho de 2020, quando a empresa deu início aos ensaios clínicos de fases 1 e 2. Estas primeiras etapas contaram com aproximadamente mil participantes.

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Os ensaios clínicos da fase 3 começaram em meados de novembro, com 26 mil participantes. O governo indiano, contudo, ainda não divulgou dados sobre a eficácia da vacina para revisão por outros especialistas. A vacina indiana é aplicada em duas doses e utiliza a técnica de vírus inativo.

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