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      Venezuela condena 'pretensão imperial' de sanções dos EUA

      Governo da Venezuela repudiou a ameaça "imperial" de sanções feita pelos Estados Unidos, que avisou que irá impor "fortes medidas econômicas" se o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, levar adiante uma controversa Assembleia Constituinte para reescrever a Constituição do país"; "Aqui, mandamos os venezuelanos, não manda (o presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump, nem (o presidente da Colômbia, Juan Manuel) Santos, nem Michel Temer", afirmou Maduro

      Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante cerimônia no Panteão Nacional em Caracas 15/07/2017 Palácio de Miraflores/Divulgação via REUTERS (Foto: Paulo Emílio)
      Paulo Emílio avatar
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      Reuters - O governo da Venezuela repudiou na noite de terça-feira a ameaça "imperial" de sanções feita pelos Estados Unidos, que avisou que irá impor "fortes medidas econômicas" se o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, levar adiante uma controversa Assembleia Constituinte para reescrever a Constituição do país.

      Maduro disse que seu país seguirá adiante com a eleição dos constituintes, prevista para 30 de julho, depois de qualificar de "vulgar" e "insólito" o comunicado de Washington.

      "Ninguém dá ordens à Venezuela", afirmou Maduro. "Aqui, mandamos os venezuelanos, não manda (o presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump, nem (o presidente da Colômbia, Juan Manuel) Santos, nem Michel Temer", acrescentou.

      Horas antes, o chanceler Samuel Moncada anunciou uma "revisão profunda" das relações com os Estados Unidos, que, segundo fontes, estuda outras penalidades contra funcionários venezuelanos, incluindo o vice-presidente do partido governista, Diosdado Cabello, e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino.

      "Fazemos um chamado aos povos da América Latina e ao Caribe e aos povos livres do mundo a entender a magnitude da brutal ameaça contida neste comunicado imperial e a defender a soberania, a autodeterminação e a independência", disse Moncada, lendo um comunicado.

      No domingo, a oposição venezuelana informou que 7,6 milhões de venezuelanos votaram em um plebiscito não oficial para repudiar a Constituinte, que acreditam significar a consumação de uma "ditadura" em seu país.

      Confira a íntegra do comunicado do governo venezuelano:

      COMUNICADO

      REPÚDIO AO ERRÁTICO COMUNICADO EMITIDO PELO GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS CONTRA A PÁTRIA DE BOLÍVAR

      A República Bolivariana da Venezuela repudia o insólito comunicado publicado pela Casa Branca, ontem dia 17/07/2017.

      Trata-se de um documento nunca visto antes, que por seu baixo nível e péssima qualidade, dificulta a compreensão intelectual das intenções do país agressor. Obviamente, o governo dos Estados Unidos está acostumado a humilhar a outras nações em suas relações internacionais e acredita que vai receber como resposta a subordinação à que está habituado. O fosso que o governo dos Estados Unidos está cavando em suas relações com a Venezuela dificulta uma racional predição de suas ações para toda a comunidade internacional.

      O governo dos Estados Unidos mostra, sem pudor, sua parcialização absoluta com os setores violentos e extremistas da política venezuelana, partidários do uso do terrorismo para derrocar a um governo popular e democrático.

      A ruína moral da oposição venezuelana tem arrastado ao Presidente Trump a cometer uma agressão aberta contra um país latino-americano. Não sabemos quem pôde ter redigido, nem muito menos autorizado, um comunicado de tanta pobreza conceitual e moral.

      O fino véu democrático da oposição venezuelana tem caído, e revela a força brutal intervencionista do governo estadunidense, o qual tem estado detrás da violência sofrida pelo povo venezuelano nos últimos quatro meses.

      Não é a primeira vez que denunciamos e confrontamos ameaças tão desatinadas como as contidas neste insólito documento.

      Fazemos um chamado aos povos da América Latina e do Caribe, e aos povos livres do mundo, a entender a magnitude da brutal ameaça contida neste comunicado imperial e a defender a soberania, a autodeterminação e a independência, princípios fundamentais do direito internacional.

      O poder constituinte originário está contemplado em nossa Carta Magna e só compete ao povo venezuelano. A Assembleia Nacional Constituinte será eleita pelo voto direto, universal e secreto de todas as venezuelanas e todos os venezuelanos, sob a autoridade do Conselho Nacional Eleitoral como o contempla nosso ordenamento jurídico. É um ato de soberania política da República, nada nem ninguém poderá detê-la. A Constituinte Vai!

      Hoje o povo venezuelano é livre e responderá unido ante a insolente ameaça exposta por um império xenófobo e racista. O pensamento anti-imperialista do Libertador se encontra mais vigente que nunca:

      "Os Estados Unidos parecem destinados pela providência a infestar a América de miséria em nome da liberdade" Simón Bolívar

      Caracas, 18 de Julho de 2017

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