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Voo 477: o fiasco francês

Em apenas oito dias, empresa americana encontra prova que pode desvendar o que a Frana tenta esconder, h dois anos, sobre o acidente da Air France

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ROBERTA NAMOUR, correspondente de Brasil 247 em Paris - Enfim, o triunfo. Quando as esperanças pareciam se esgotar, a ministra dos transportes da França, Nathalie Kosciusko-Morizet, encarou a massa de jornalistas e câmeras de televisão com o peito estufado e disse: “Nós encontramos a parte mais importante da fuselagem do vôo 447 da Air France.” Depois de dois anos de investigações, parte do avião foi localizada com alguns corpos das 228 vítimas, no último final de semana. Um detalhe, porém, ficou em segundo plano. Essa incrível descoberta foi feita por uma empresa americana, chamada Metron, segundo o jornal francês France Soir. Escalada pelo Escritório de Investigação e Análise (BEA) da França, a companhia localizou em apenas 8 dias o que a sua sucessora francesa não conseguiu fazer em quase dois anos.

Até então, nenhuma explicação satisfatória foi dada pelo governo sobre as razões do fiasco das três primeiras empreitadas no oceano atrás das caixas-pretas – ainda que elas tenham sido programadas para emitir um sinal durante dois meses no mínimo. Mais estranho ainda foi o fato de as investigações iniciais não terem levado em conta uma foto tirada por um satélite italiano que localizou uma mancha de querosene próximo ao lugar em que as comunicações com o avião e a torre de controle foram interrompidas. Jean-Paul Troadec, o diretor do BEA, se recusou a dar a posição exata da fuselagem para “proteger as provas”. No entanto, imagens da peça divulgadas por um dos três subarinos Remus indicam que a pista dos italianos estava correta.

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Foi preciso muita insistência das famílias das vítimas e da justiça de outros países envolvidos, inclusive a do Brasil, para que uma quarta operação de resgate fosse organizada - a última se nada fosse encontrado. O governo proibiu qualquer investigação de terceiros sobre o assunto. Um dos membros da BEA deixou escapar na imprensa francesa que desta vez o trabalho foi feito por uma empresa americana especializada. A mesma começou tudo do zero, sem levar em consideração os cálculos feitos anteriormente. Uma semana depois, a missão foi cumprida.

Como explicar a ineficiência das operações anteriores? Segundo experts no assunto, a fuselagem não foi encontrada anteriormente por falta de interesse. A compravação de um defeito na aeronave poderia esbarrar nos interesses do próprio governo. O Estado é controlador do BEA, assim como tem uma participação acionária nas três empresas envolvidas nas investigações: Air France, Airbus e Thales.

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Mas a história pode não terminar aqui. Segundo o membro do BEA, as caixas-pretas são feitas para durar dois meses a uma profundidade de 6 mil metros. Elas ficaram dois anos no oceano a 3,9 mil metros. A longa espera pode ter apagado de vez o que de fato aconteceu na noite do dia 31 de maio de 2009. Talvez isso explique a baixa da guarda francesa em permitir a entrada da empresa americana no processo. Com a ilusão de missão cumprida, o governo ainda pode sair vitorioso.

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