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Xeque-mate na direita Sul-Americana

Venezuela no Mercosul: as elites devem entender que esta não é uma união de governos, mas sim de nacões

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A incorporação da Venezuela ao Mercosul concretizada esta semana marca uma nova configuração geopolítica continental. É uma conquista histórica e representa sem dúvida alguma uma derrota para a diplomacia norte -americana.

A medida fortalece a integração entre as nações sul-americanas mas representa acima de tudo a oportunidade de impulsionar modelos de desenvolvimento que superem as políticas neoliberais.

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O isolamento da Venezuela e sua transformação em um estado pária era o objetivo estratégico número um dos EUA, depois da derrota da ALCA em Mar del Plata. O golpe de estado contra o presidente paraguaio Fernando Lugo, no entanto, fez cair por terra, para espanto de Washington, os planos americanos.

A Casa Branca não imaginava que Argentina, Brasil e Uruguai teriam a ousadia de aproveitar a suspensão do Paraguai, ocasionada pela violação da cláusula democrática, e por fim a uma espera de seis anos da Venezuela para ingressar no Mercosul.

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Num contexto de crise mundial como a atual, e diante das políticas protecionistas que cada vez com mais força adotam os governos do centro capitalistas, a integração dos países do Mercosul é a única salvaguarda que lhes permitirá resistir à crise mundial do capitalismo, ou pelo menos, amenizar seus impactos.

O Mercosul passa a representar agora uma população de 270 milhões de habitantes, o equivalente a 70% da população da América do Sul, e um PIB que ronda a 3,3 trilhões de dólares, transformando-o na quinta economia do mundo, apenas abaixo dos EUA, China, Alemanha e Japão.

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A Venezuela, como um dos maiores exportadores de petróleo do mundo, permitirá ao bloco aumentar sua capacidade de negociação no âmbito internacional.Segundo o último anuário da OPEP, a Venezuela possui as maiores reservas certificadas de petróleo do mundo, desbancando a Arábia Saudita, detentora soberana do título nas últimas décadas.

Estudiosos do DIEESE estimam que a partir de agora deverão ser reforçados projetos já delineados como a de um gasoduto que cruze a América do Sul da Venezuela até a Patagônia argentina.

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Começa portanto, uma nova e decisiva etapa, onde um conjunto de paises sul-americanos grandes produtores de alimentos, nos casos do Brasil e Argentina e possuidores de uma importante base industrial e significativas riquezas minerais, se unem à principal potência petrolífera do planeta.

A adesão ao Mercosul, um espaço geoeconômico que agora se extende sem interrupções da Terra do Fogo ao mar do Caribe, com 12,8 milhões de quilômetros quadrados, parecerá no futuro muito mais atrativa a outros paises da região, que certamente virão fortalecer o bloco.

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A direita sul-americana, principalmente a brasileira e a venezuelana obviamente não gostaram da medida e estão esperneando como podem com alegaçoes as mais absurdas possíveis. Fazem isso porque não são burros. Sabem que esta mudança vai acelerar um processo que colocará em cheque muitos de seus privilégios.

As vozes que criticam este avanço em nome da democracia deviam se envergonhar, principalmente aqueles que um dia estiveram nas fileiras de partidos de esquerda durante os anos de ditadura no Brasil e na América Latina, sob governos que atendiam aos comandos norte-americanos.

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A entrada da Venezuela é um bem para o Mercosul sim. As elites conservadoras da Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela precisam entender que este é um processo de integração de nacões e não de governos.

Este é também o momento em que os movimentos sociais e as forças políticas populares devem estar atentos para que os governos adotem políticas que façam do Mercosul um projeto, não apenas de ampliação de mercados e redução de custos operativos das grandes empresas, mas sim, um projeto de integração a serviço de seus povos.

A decisão desta semana fecha a equação do que será o século XXI na América do Sul em matéria de energia, minerais, alimentos, ciência e tecnologia e cultura. Podemos dizer que os sonhos integracionistas de Bolivar e San Martin se transformam em realidade. Que as sementes plantadas por Lula e Chavez começam a florescer.

Viva a América Latina unida pela ótica daqueles que realmente trabalham para fazê-la maior!

Chico Vigilante é deputado, líder do Bloco PT/PRB

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