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Zapatero defende plano de paz proposto por Lula

"A proposta de paz de Lula merece ser ouvida. O peso internacional e a posição estratégica do Brasil assim o aconselham", disse o ex-presidente espanhol

Luis Rodríguez Zapatero, guerra na Ucrânia e Lula (Foto: Reprodução/Youtube | REUTERS/Anna Kudriavtseva | Ricardo Stuckert/PR)

247 - O ex-presidente espanhol Luis Rodríguez Zapatero defendeu, em um artigo publicado no jornal El País, o plano de paz idealizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visando o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Para ele, “a proposta de paz de Lula merece ser ouvida. O peso internacional e a posição estratégica do Brasil assim o aconselham”

"Uma ação política se confirma como um projeto que pode ser decisivo na reconstrução de um sistema internacional falido e rumo ao confronto, como consequência da invasão russa da Ucrânia e da crescente rivalidade entre EUA e China”, diz Zapatero. 

No texto, Zapatero observa que conviveu com Lula durante o tempo em que esteve à frente do governo da Espanha e que viu no mandatário brasileiro “um líder digno, dedicado ao combate à pobreza e com uma concepção clara em defesa do multilateralismo, da solução pacífica de conflitos e cooperação como princípios das relações internacionais”.

“Pois bem, esse projeto de longo prazo de multilateralismo, paz, cooperação e equidade global é projeto de Lula. Desde que iniciou seu terceiro mandato, o presidente Lula promoveu uma nova conjuntura política global. No pouco tempo decorrido, ele afirmou, em sua visita aos EUA, um diálogo construtivo com o presidente Joe Biden; ratificou sua atitude de colaboração com a China e os BRICS; recebeu o chanceler alemão; formulou uma proposta de paz para a Ucrânia com a criação de um G-20 para esse fim; Ele conversou com o presidente Volodymyr Zelensky; e seu assessor especial, o respeitado diplomata Celso Amorim, se reuniu com Vladimir Putin”, ressalta o ex-presidente espanhol no texto do Artigo.

"A proposta de paz de Lula, portanto, merece ser ouvida. O peso internacional e a posição estratégica do Brasil assim o aconselham. Sua distância de uma guerra na Europa é apenas geográfica, não política ou estratégica. Precisamente porque este compromisso com a ordem global responde a convicções que transcendem o puro e simples interesse do país”, diz ele mais à frente.

“Por tudo isso, Brasil e Espanha podem muito bem se unir na necessária tarefa de reconstrução da Comunidade Política Internacional. São dois países com uma capacidade de diálogo internacional quase ilimitada, e que têm à frente dos seus governos dois líderes fortes, unidos pela sua visão multilateral e um compromisso comprovado na luta contra as alterações climáticas, bem como contra as desigualdades e a pobreza”, destaca. “Brasil e Espanha podem se unir na necessária tarefa de reconstrução da comunidade política internacional”, finaliza o ex-mandatário espanhol.