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Zelensky: "nós já entendemos, não somos aceitos na Otan porque os Estados membros têm medo da Rússia"

Em vídeo nesta segunda-feira (21), presidente ucraniano disse ainda que qualquer "compromisso" nas negociações com a Rússia será submetido a referendo no país

(Foto: Reprodução/YouTube)
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Da RFI - Qualquer "compromisso" nas negociações com a Rússia para encerrar o conflito será submetido a referendo na Ucrânia, disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em entrevista à mídia pública ucraniana, nesta segunda-feira(21). Ele também rejeitou qualquer "ultimato" e disse que a Otan tem medo da Rússia. 

"Expliquei a todos os negociadores: quando todas as mudanças, que podem ser históricas, forem abordadas, vamos propor um referendo", disse o presidente ucraniano ao portal de notícias Suspiln, se referindo aos pontos citados em um eventual futuro acordo com o governo russo.

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Zelensky também falou sobre a questão da adesão da Ucrânia à Otan. "Nós já entendemos: não somos aceitos na Otan porque os Estados membros têm medo da Rússia. Devemos nos acalmar e dizer: ok, serão necessárias outras garantias de segurança", disse. "Dentro da Otan, há países que querem ser respponsáveis pela segurança da Ucrânia, que estão prontos para fazer tudo o que a aliança deveria fazer se nós também fôssemos membros. Acho que esse é um compromisso normal", acrescentou. 

Moscou quer garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Otan, uma organização criada para proteger a Europa da ameaça da ex-União Soviética no início da Guerra Fria, e que progressivamente se expandiu até as fronteiras com a Rússia.

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Ultimato

A Ucrânia "não pode aceitar nenhum ultimato da Rússia", acrescentou Zelensky. "Primeiro terão que destruir todos nós", disse. "'Nós enviamos um ultimato, com todas as exigências. Se forem cumpridas, acabamos com a guerra': isso não é o certo, isso não dará resultados", disse Zelensky, citando a proposta russa, afirmando que "o povo está unido".

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A Rússia quer que as cidades de Kharkiv, no nordeste, Mariupol, no sudeste, e a capital Kiev se rendam, destacou o chefe do Estado ucraniano. Mas "nem os habitantes de Kharkiv, nem os de Mariupol, nem os de Kiev, nem eu, o presidente, podemos fazer isso", disse ele."O que você quer? Então nos destrua. Por isso eu digo: não podemos respeitar este ultimato a menos que não estejamos mais aqui", concluiu.

O presidente ucraniano deve falar por vídeo ao parlamento italiano na terça-feira, como já fez com os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha e Israel. Na quarta-feira, ele falará diante do parlamento francês.

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UE quer reforçar peso militar

Os ministros das Relações Exteriores e da Defesa da União Europeia chegaram a um acordo nesta segunda-feira para criar uma estratégia de segurança destinada a reforçar o peso militar dos 27 países da  UE. Uma das metas é a criação de uma nova força militar de reação rápida.

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Até 5.000 soldados poderão ser convocados rapidamente para enfrentar eventuais crises. "As ameaças são crescentes e o custo da inação é evidente", disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, que também disse que o bloco está pronto para aplicar novas sanções. Em um comunicado, os países ressaltaram a necessidade de "proteger seus cidadãos e contribuir para a paz e a segurança internacionais." 

De acordo com o texto, "isso ainda é mais importante agora que a guerra retorna à Europa após a agressão, sem justificativa, da Rússia à Ucrânia, e das guinadas geopolíticas que temos acompanhado", acrescentou. A UE esclareceu que não pretende rivalizar com a Otan, descrevendo sua iniciativa securitária como "complementar" à Aliança Transatlântica coordenada pelos EUA.

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Os compromissos militares da UE serão abordados com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quinta-feira durante uma cúpula extraordinária da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Após essa reunião, será realizada em Bruxelas uma cúpula da UE, dedicada a discutir as consequências da guerra na Ucrânia para a segurança na Europa.Os EUA destacaram mais de 100 mil soldados e recursos militares significativos na Europa para ajudar a fortalecer as defesas no flanco oriental da Otan.

O custo desse envio pelos países bálticos, Polônia, Romênia, Bulgária e Eslováquia será um dos temas na pauta. O acordo da UE não inclui metas quantitativas, mas 21 dos países do bloco que também integram a Otan já se comprometeram a dedicar 2% de seus respectivos PIB ao orçamento militar para 2024.

 Alemanha, Bélgica e Dinamarca, três países que estão atrasados neste compromisso, anunciaram recentemente aumento em seus orçamentos militares. Os europeus também investiram em capacidades atualmente deficientes, entre elas drones, tanques, sistemas de defesa antiaéreos e antimísseis.

Novas sanções

A UE também discute a adoção de novas sanções contra os russos. Até agora, o bloco adotou vários pacotes de medidas econômicas contra autoridades e empresas russas, mas resistiu em estender as medidas restritivas aos setores de energia, especialmente petróleo e gás, devido ao alto nível de dependência europeia.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que os países europeus estão "trabalhando duro para reduzir nossa dependência das importações de combustíveis fósseis... e vamos sair da dependência energética que temos da Rússia". A pressão dos ministros europeus por sanções ao setor energético russo se multiplicou após o ataque à cidade ucraniana de Mariupol, que o chefe da diplomacia europeia, Joseph Borrell descreveu nesta segunda-feira como um "crime de guerra".

Os ministros das Relações Exteriores europeus chegaram a um acordo político nesta segunda-feira(21) para contribuir com € 500 milhões adicionais (cerca de R$ 2,7 bilhões de reais), dobrando assim seu fundo de auxílio material à Ucrânia. "É uma satisfação anunciar que chegamos a um acordo político" para liberar esses fundos, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, no final de uma reunião em Bruxelas.

O presidente americano, Joe Biden, o francês, français Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e premiê italiano, Mario Draghi, discutiram as táticas "brutais" da Rússia na Ucrânia, segundo a Casa Branca. Durante um telefonema, os dirigentes conversaram sobre uma resposta coordenada da invasão russa da Ucrânia, qualificada por Moscou de "operação especial", segundo a presidência americana. A urgência, segundo a França, é obter um cessar-fogo imediato e a retiradas das tropas, além da ajuda à população ucraniana que foge do conflito.

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