Lucro da Hapvida avança no 3º trimestre e atinge R$ 338 milhões
Operadora amplia investimentos em hospitais e clínicas, vê pressão no caixa, mas projeta recuperação após expansão da rede
247 – A Hapvida, maior operadora de planos de saúde e odontológicos do país, com 16 milhões de usuários, apresentou lucro líquido ajustado de R$ 338 milhões no terceiro trimestre de 2025, resultado 4% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo jornal Valor Econômico, fonte original das informações.
Segundo a reportagem, a companhia enfrentou no trimestre um cenário de maior pressão financeira, refletido na queima de fluxo de caixa livre de R$ 51,9 milhões. O movimento decorreu principalmente da piora do Ebitda ajustado, de desembolsos mais altos com ressarcimento ao SUS e do pagamento de contas médicas antigas, que emergiram após a integração de sistemas realizada recentemente.
CEO atribui pressão no caixa a expansão e diz que movimento não se repetirá
O CEO da Hapvida, Jorge Pinheiro, afirmou que a tendência não deve se repetir no próximo trimestre.
“Foi pontual. Tivemos impacto dos investimentos que estamos fazendo na nossa rede. Essa expansão vai trazer resultados positivos. Estamos olhando o longo prazo”, declarou.
A Hapvida está executando um robusto plano de investimentos, estimado em R$ 2 bilhões, para ampliar hospitais e clínicas, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, mercados em que enfrenta maior concorrência e desafios de expansão.
Indicadores financeiros mostram avanço da receita e pressão no Ebitda
No trimestre, o Ebitda ajustado recuou 2%, somando R$ 746,4 milhões, enquanto a margem do indicador caiu 0,8 ponto, para 9,6%. Apesar disso, a receita líquida avançou 6%, alcançando R$ 7,8 bilhões, impulsionada pelo crescimento do tíquete médio.
A operadora também registrou um consumo total de caixa de R$ 25 milhões no período, decorrente de:
- R$ 51,9 milhões de consumo no fluxo de caixa livre
- R$ 92,3 milhões em operações de fusões e aquisições
- Parcialmente compensados por R$ 119,1 milhões de atividades financeiras
Entre as principais destinações de recursos do caixa estão:
- R$ 136 milhões para contas médicas e fornecedores
- R$ 74 milhões destinados ao ressarcimento do SUS
- R$ 81 milhões em contingências cíveis
- R$ 225 milhões em investimentos (capex)
No campo das aquisições, R$ 51,5 milhões correspondem às parcelas mensais do acordo com o vendedor da NotreDame Intermédica, e R$ 40,8 milhões referem-se a pagamentos retidos de aquisições como Santa Monica, Belo Dente e Grupo São Francisco.
Sinistralidade sobe, mas empresa vê normalização
A taxa de sinistralidade avançou 1,4 ponto percentual, chegando a 75,2%, reflexo do aumento de ocorrências médicas. Segundo a companhia, porém, já há indícios de normalização em novembro.
No segmento de planos de saúde, o crescimento foi considerado modesto: apenas 12 mil novas vidas.
“Não estamos satisfeitos com esse número. Vamos crescer. A maior concorrência se dá em São Paulo, onde estamos focando muito, construindo hospitais premium”, afirmou Jorge Pinheiro.
Perspectivas
Com o avanço da receita, o aumento do lucro ajustado e um ciclo bilionário de investimentos em infraestrutura hospitalar, a Hapvida aposta na expansão de sua rede física para melhorar margens e recuperar o desempenho operacional nos próximos trimestres.



