Renovação de concessão da Light abre caminho para pacote de R$ 12 bi em investimentos
Aneel aprova extensão do contrato por 30 anos e empresa projeta investir na modernização da rede e redução de perdas no Rio de Janeiro
247 - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a renovação da concessão da Light por mais 30 anos, abrindo espaço para um pacote de investimentos de R$ 12 bilhões no estado do Rio de Janeiro. A decisão final sobre o novo contrato, que substituirá o atual a vencer em junho de 2026, cabe agora ao Ministério de Minas e Energia, comandado por Alexandre Silveira.
Segundo informações publicadas pelo InvestNews, o plano prevê também um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão, o que deve reforçar o caixa da distribuidora e apoiar a recuperação da empresa, que está em processo de reestruturação judicial desde maio de 2023, quando declarou R$ 11 bilhões em dívidas. A Light é responsável pelo fornecimento de energia a mais de 11 milhões de pessoas no estado.
O relator do processo na Aneel, diretor Gentil Nogueira, afirmou que a empresa atendeu a todos os requisitos legais e técnicos. “A Light cumpriu os indicadores de continuidade do fornecimento de energia e apresentou medidas suficientes para garantir a gestão financeira da companhia”, declarou durante a reunião da agência na terça-feira (4).
A subprocuradora-geral da Procuradoria Federal da Aneel, Fábia Maria Belezi, reforçou que a decisão sobre a prorrogação é competência exclusiva do governo federal. “Uma vez cumpridos os requisitos impostos pela legislação, a União é quem detém a discricionariedade para decidir sobre a prorrogação”, afirmou.
Nova fase e confiança dos investidores
Para o empresário Ronaldo Cezar Coelho, maior acionista da Light por meio do fundo Samambaia, a empresa vive um momento de reconstrução. “Para o balanço de 2026, vai nascer uma nova Light, uma empresa com um passivo bem menor e com um contrato com cláusulas melhores negociadas em relação aos próximos 30 anos”, disse ao InvestNews.
O pacote de R$ 12 bilhões deverá ser financiado por debêntures incentivadas, com foco em modernizar as linhas de distribuição e reduzir perdas provocadas por furtos de energia. Uma fonte da empresa afirmou que “a Light tem uma rede muito antiga e atua em áreas que vão necessitar de uma grande renovação dos equipamentos nos próximos cinco anos”.
A expectativa é que, com a estabilidade regulatória e o apoio dos principais acionistas — Samambaia, WNT, BTG Pactual e Santander —, a Light consiga contratar financiamentos de longo prazo e consolidar sua retomada financeira, marcando o início de um novo ciclo para o setor elétrico fluminense.


