Tecto investe US$ 1 bi e inaugura data center em Fortaleza
Empresa do BTG Pactual amplia presença no País com novos projetos em sete cidades e aposta na força do setor impulsionado pela IA
247 - A Tecto Data Centers, controlada pelo banco BTG Pactual, inaugurou nesta quinta-feira (23) seu sexto empreendimento, localizado em Fortaleza (CE), marcando uma nova etapa em sua expansão nacional. A informação foi publicada originalmente pela Broadcast (Agência Estado).
O novo centro, batizado de Mega Lobster, recebeu investimento de R$ 550 milhões e foi concluído em apenas 12 meses. Com ele, a empresa alcança 32 megawatts (MW) de capacidade instalada, distribuídos entre três unidades em Fortaleza, uma no Rio de Janeiro e duas em Barranquilla, na Colômbia. Segundo o presidente da Tecto, José Miguel, a empresa prepara agora um plano de US$ 1 bilhão para construir novos data centers em Belém, Recife, Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Santana de Parnaíba (SP).
“Temos um projeto ambicioso e estamos muito bem preparados”, afirmou Miguel. “A indústria de data centers está passando por um momento exuberante no mundo, puxado pela demanda crescente de computação, processamento de dados e inteligência artificial. Há um desafio mundial para atender a essa demanda.”
Expansão e tecnologia limpa
O executivo destacou que o Brasil tem vantagens estratégicas para atrair novos investimentos, especialmente pelo uso de energia renovável — um fator decisivo para empresas que consomem grandes volumes de eletricidade. Outro incentivo vem do programa Redata, criado pelo governo federal, que zera tributos federais sobre importação de equipamentos e facilita a instalação de novos empreendimentos.
“Estamos vendo uma demanda crescente por projetos no Brasil na esteira do Redata”, acrescentou José Miguel.
O Mega Lobster, erguido na Praia do Futuro, está conectado à estação de cabos submarinos internacionais de Fortaleza — o segundo maior ponto de tráfego de internet do país. O data center foi projetado para atender big techs, provedores de conteúdo e operadoras de telecomunicações, com foco em aplicações de inteligência artificial, armazenamento em nuvem e machine learning.
Nesta primeira fase, foram entregues 4 MW de potência, já totalmente locados a uma provedora de conteúdo digital cujo nome não foi divulgado. O projeto prevê atingir até 20 MW na capacidade total.
Interiorização do setor de data centers
O ambicioso plano de US$ 1 bilhão da Tecto busca descentralizar o mercado de data centers, ainda muito concentrado na região Sudeste. Em cidades como Belém e Recife, os novos empreendimentos serão os primeiros centros comerciais do tipo, fora das estruturas privadas de grandes empresas.
O maior projeto em desenvolvimento é o de Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, com potencial para alcançar 200 MW — o que o tornaria o maior data center do país. A primeira fase, de 20 MW, tem entrega prevista entre 2026 e 2027.
De acordo com o diretor de Receitas da empresa, Tito Costa, a estratégia é aproximar os data centers dos consumidores e empresas locais, garantindo menor latência e maior eficiência.
“Por muito tempo, as empresas achavam mais cômodo recorrer aos data centers na região metropolitana de São Paulo, mas as novas demandas têm exigido mais proximidade e menor latência”, explicou. “Ao levar o data center para mais perto do consumidor, focamos nas empresas que buscam melhorar a qualidade de prestação do serviço.”
Entre os setores mais dependentes dessa rapidez estão o mercado financeiro, os games online e até as cirurgias remotas, que exigem tempos de resposta quase instantâneos.
Com o Mega Lobster em operação e um portfólio crescente, a Tecto consolida sua presença como uma das principais operadoras de infraestrutura digital da América Latina, reforçando o papel do Brasil como hub estratégico de tecnologia e conectividade na região.



