WEG registra alta de 4,5% no lucro e mantém margens sólidas
Companhia encerra o 3º trimestre de 2025 com receita de R$ 10,27 bilhões e reforça posição entre as mais rentáveis da América Latina
247 - A WEG S.A. (B3: WEGE3) abriu a temporada de balanços do terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 1,65 bilhão, um avanço de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita operacional líquida atingiu R$ 10,27 bilhões, representando crescimento de 4,2%, enquanto o EBITDA aumentou 2,3%, somando R$ 2,28 bilhões e mantendo uma margem de 22,2%.
De acordo com informações publicadas pelo Brazil Stock Guide, o retorno sobre o capital investido (ROIC) caiu para 32,4%, uma redução de 4,7 pontos percentuais frente ao terceiro trimestre de 2024, reflexo do aumento no capital de giro e do encarecimento das matérias-primas — especialmente o cobre. Apesar da leve desaceleração, os resultados ficaram em linha com as projeções de analistas do Itaú BBA, XP e BTG Pactual, que já previam crescimento modesto em meio a um ciclo industrial mais fraco e à valorização do real frente ao dólar, que caiu 1,6% no período.
Crescimento setorial e desafios no mercado externo
O desempenho foi impulsionado pelas divisões de Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais (EEI) e Motores Comerciais e de Eletrodomésticos (MCA), que registraram altas de 13% e 15%, respectivamente, no mercado brasileiro. A demanda dos setores de petróleo e gás, mineração, HVAC e compressores foi determinante para o avanço.
Já a unidade de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD) teve retração de 6,8% no país e ligeira queda no exterior, diante da ausência de novos projetos e da conclusão de grandes contratos solares. As vendas externas responderam por 61% do faturamento total, crescendo 4,9% em reais e 6,8% em dólares, com destaque para os mercados europeu (+14%) e sul-americano (+26%), que compensaram o desempenho mais fraco na Ásia-Pacífico.
Custos mais altos e foco em eficiência
A margem bruta da companhia recuou de 34,5% para 33,6% em doze meses, refletindo o aumento dos custos de insumos e uma composição de produtos menos favorável. As despesas gerais e administrativas subiram 5,2%, totalizando R$ 1,19 bilhão, o equivalente a 11,6% da receita. Mesmo assim, a empresa destacou o foco em eficiência e produtividade.
“Mesmo em um ambiente marcado por incertezas geopolíticas e volatilidade comercial, entregamos mais um trimestre de margens operacionais saudáveis”, afirmou a administração da WEG em comunicado.
Investimentos e expansão internacional
Com sede em Jaraguá do Sul (SC), a WEG consolidou-se como uma das maiores fabricantes industriais da América Latina, com presença em mais de 130 países e produção de motores elétricos, transformadores, sistemas de automação e equipamentos de energia renovável. No trimestre, a companhia investiu R$ 672,6 milhões em CAPEX — 52% no Brasil e 48% no exterior, com foco em México e China.
O fluxo de caixa operacional somou R$ 4,24 bilhões, e a empresa encerrou o período com caixa líquido de R$ 3,44 bilhões e prazo médio da dívida de 15,8 meses. A WEG também ampliou sua atuação em mobilidade elétrica com a aquisição de 54% da Tupinambá Energia, empresa paulista especializada em softwares para redes de recarga de veículos elétricos.
Perspectivas e desempenho em bolsa
As ações da companhia (WEGE3) encerraram a terça-feira a R$ 40,15, acumulando queda de cerca de 30% no ano. A retração reflete o arrefecimento global das encomendas industriais e a cautela dos investidores com as margens de lucro.
Ainda assim, a WEG permanece entre as empresas mais rentáveis e capitalizadas da região, com operações diversificadas que ajudam a mitigar os riscos regionais. Analistas projetam que a demanda por eletrificação, automação e equipamentos de rede na Europa e na América do Norte deve sustentar o crescimento no médio prazo, apesar da volatilidade das matérias-primas e dos efeitos cambiais.


