A faxina de Dilma resiste ao apetite dos aliados?
Na caminhada rumo à reeleição, o desafio da presidente na área política é maior do que na economia; ontem, por exemplo, ela recebeu o polêmico senador amazonense Alfredo Nascimento, o primeiro alvo da "faxina" promovida em 2011; a questão, agora, é: como promover uma reforma ministerial e reaglutinar sua base de apoio sem abrir mão de princípios, que deram a ela alta popularidade?
247 - Em seu primeiro ano de governo, a presidente Dilma Rousseff construiu uma marca: a de uma gestora menos tolerante com indicações políticas e com o chamado "malfeito". Foi assim que vários ministros acabaram sendo demitidos, num processo que ficou conhecido como a "faxina" presidencial.
O primeiro a ser degolado, em 2011, foi Alfredo Nascimento, que ocupava o Ministério dos Transportes, uma pasta que foi alvo de denúncias em série nos últimos anos – em especial, na construção das ferrovias da Valec. Ontem, no entanto, Nascimento estava, de novo, reunido com a presidente Dilma. Foi ao Palácio do Planalto discutir as indicações de seu partido, o PR, na reforma ministerial – o mais provável é que a legenda leve a Agricultura, com o senador Blairo Maggi (PR/MT).
O encontro é emblemático da nova fase do governo Dilma. Na caminhada rumo à reeleição, ela precisa reaglutinar sua base de apoio e curar as feridas da "faxina" de 2011. Ao lado de Nascimento, estava ninguém menos que o deputado Anthony Garotinho, que, até recentemente, era um dos principais adversários do governo e hoje lidera a bancada do PR. E o apoio do partido, naturalmente, não virá de graça.
Da mesma forma, outras legendas apresentam a fatura. É o caso do PMDB de Minas, que exige os Transportes. Ou do PMDB paulista, que cobra a Ciência e Tecnologia. O PP tem as Cidades, mas gostaria de um orçamento mais destravado. E o PTB busca recuperar sua influência em áreas como a Susep, a Superintendência de Seguros Privados.
Se os primeiros anos do governo Dilma foram marcados por maior austeridade, agora é a hora de fazer concessões. E o desafio é encontrar uma fórmula para que a marca da "faxina", um ativo eleitoral da presidente, não seja perdida.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: