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A ressurreição de Delúbio

A volta do personagem central do Mensalo ao PT j tem data marcada: 29 de abril, sob as benos de Lula e Dilma

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Leonardo Attuch_247 – Blogueiro ativo, o professor Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e personagem central do escândalo do Mensalão, escreve um artigo por semana. Nesta, o tema escolhido por Delúbio foi a Páscoa, que “tem um significado histórico comovedor”, porque simboliza “a ressurreição de Jesus Cristo após sua crucificação e morte”. A Páscoa, como todos sabem, carrega um significado especial para qualquer pessoa – seja ela cristã, ou não. “Páscoa é renascimento e recomeço. Existe em seu bojo a mensagem de que é necessário continuar seguindo adiante, sempre em frente, aceitando os desafios da vida não como desgraça ou conspiração, mas como desafios a serem vencidos. Páscoa é reencontro, reconstrução”.

De todos os artigos de Delúbio, este foi o que conteve a carga mais intensa de emoção. Isso porque ele está prestes a viver seu renascimento, ou a sua ressurreição, que será também um reencontro. No próximo dia 29, na reunião do Diretório Nacional do PT, ele será reintegrado oficialmente ao partido que ajudou a fundar. Delúbio foi expulso em 2005, quando eclodiu o escândalo do Mensalão e alguns líderes do PT, como Tarso Genro e José Eduardo Cardozo, falavam em “refundar” a legenda. De todos os réus do Mensalão, Delúbio foi aquele que aceitou carregar a maior parcela de culpa, expiando todos os pecados do PT. Responsável pelas contas do partido na eleição de 2002, que levou Lula ao poder, ele sempre se recusou a falar algo que pudesse criar problemas para qualquer companheiro ou para o próprio presidente da República. “Fui traído, mas nunca traí”, costuma dizer Delúbio aos amigos mais próximos.

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Apesar de todos os crimes que lhe são imputados, essa postura leal e inflexível criou uma força moral em torno de Delúbio. Até porque existem duas éticas: a pura, que diz respeito ao certo e ao errado, e que praticamente não encontra espaço no mundo real da política, e a de reciprocidade, que pode ser resumida num mandamento cristão: “não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizessem contigo”. Sobre a primeira, quem haverá de julgar Delúbio é o Supremo Tribunal Federal, onde dormitam os processos dos 40 réus do Mensalão. No tocante à ética da reciprocidade, ele já foi absolvido.

Em 2009, Delúbio fez sua primeira tentativa de volta ao PT, mas o clima pré-eleitoral impediu seu retorno. À época, ele escreveu um eloquente discurso criticando o partido que “negava a Cruz Vermelha aos feridos no campo de batalha”. Desta vez, ele será reintegrado ao PT com o apoio de toda a cúpula partidária, o que inclui o ex-presidente Lula e a atual Dilma Rousseff, além de José Dirceu, eterno líder do partido. “O PT é o meu DNA”, diz Delúbio.

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O ex-tesoureiro raramente fala mal de uma pessoa. Mas o pior adjetivo que se consegue arrancar da boca de Delúbio sobre qualquer desafeto tem apenas quatro letras. "Ele não é leal", costuma dizer.

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