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A saída de Orlando e o momento do esporte no Brasil

Orlando Silva foi peça chave para a nova configuração que assumiu o Ministério do Esporte. Agora, ele deixa a Pasta em um novo estágio

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Conhecido internacionalmente e reconhecido pelos próprios brasileiros como o País do futebol, o Brasil não só passou a ser observado pela crescente projeção mundial em virtude do seu desempenho no panorama econômico e social, bem como se projeta em outras áreas do esporte.

Estamos longe de sermos vistos como o País do vôlei, por exemplo, mesmo com os resultados excepcionais obtidos nesta modalidade, mas, indiscutivelmente a atração dos maiores eventos esportivos do planeta – a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016 - projeta o Brasil na área do esporte como em nenhum outro momento.

Esta projeção nunca vista, ocorre nos últimos anos simultaneamente ao fortalecimento institucional, com a multiplicação de políticas públicas que apoiam o lazer, o esporte de rendimento, o esporte comunitário e o escolar. Também cresce o número de Estados e municípios que criam secretarias com atribuições específicas para o esporte.

Assim, um Ministério de pouca projeção, quando do seu desmembramento em 2003, se fortalece, multiplicando o seu orçamento e estimulando a cobiça em torno do seu comando político. Assim, à medida que os programas governamentais alcançavam êxito, ampliavam-se os espaços e recursos disponíveis, inclusive àqueles obtidos em decorrência da concessão de incentivos fiscais.

Orlando Silva foi peça chave para a nova configuração que assumiu o Ministério do Esporte, teve papel decisivo na realização exitosa do Pan de 2007, e também na conquista dos grandes eventos programados para os próximos anos. Sob sua gestão ocorreram grandes investimentos em infraestrutura esportiva, com a instalação de centros de excelência, sem contar com o legado invejável que obteve o Rio de Janeiro em decorrência dos jogos panamericanos.

Agora, ele deixa o Esporte em um novo estágio, com grandes desafios e enormes perspectivas para o esporte brasileiro. Ainda assim, uma campanha sistemática, desenvolvida pela articulação de grandes veículos de comunicação de massa a despeito dos acusadores admitirem não haver provas contra o dirigente máximo da pasta, lograram o afastamento de Orlando do Ministério.

As motivações políticas que levaram a este quadro são evidentemente mais amplas. O afastamento de Orlando deve ser compreendido politicamente no âmbito do esforço das oposições em estabelecer uma diferenciação entre Lula e Dilma. Feita a diferenciação, seria mais fácil, supõem os opositores, desenvolver o combate à presidenta.

De todo modo, a assunção de Aldo Rebelo mais uma vez à condição de ministro, um deputado com grande apoio no Congresso Nacional, reforça o governo para novos embates. Ressalte-se a unidade demonstrada no PCdoB e na sua bancada no Congresso, mantendo postura firme e solidária. Quanto a Orlando Silva, trata-se de um político jovem, que se comportou com grande altivez e determinação neste episódio, e voltará ao cenário político nacional com destaque.

Nilton Vasconcelos é secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) da Bahia

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