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Acuado, Palocci aceita falar - à Rede Globo

Ministro decide dar explicaes sobre enriquecimento, e escolhe o Jornal Nacional; entrevista pode ser nesta sexta-feira

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Brasil 247 _ Palocci vai falar – à Rede Globo. Pressionado por todos os lados, da presidente Dilma ao ex-presidente Lula, passando pelo Diretório Nacional do PT à oposição, o ministro chefe da Casa Civil escolheu o Jornal Nacional, da Globo, para dar sua primeira entrevista sobre o caso da multiplicação de seu patrimônio por 20, nos últimos quatro anos. O ministro apareceu ao lado de Dilma, nesta quinta-feira 2, durante o lançamento do programa Brasil Sem Miséria. Sorriu para fotos, conversou com a presidente, mas não falou. Desta sexta-feira, porém, não passa, segundo informações de fontes próximas ao ministro.

Antes de Palocci tomar a decisão de falar, os meios políticos de Brasília contavam em minutos, e não em horas ou dias, os momentos do ministro no cargo. Mas a crise em torno de sua permanência continua. Afinal, ele ainda está politicamente cercado por todos os lados.

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O vice-líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). defendeu hoje que o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, dê explicações sobre o crescimento exponencial de seu patrimônio e suas atividades de consultoria. "Ele precisa se explicar, dar uma entrevista, falar com a imprensa. Não precisa vir aqui na Câmara, porque a oposição não quer esclarecer nada, mas ele tem que falar", disse Guimarães. Segundo o petista, o sentimento de que Palocci deve dar explicações públicas sobre o caso é compartilhado por diversos parlamentares aliados. Segundo ele, há um "Movimento Fala Palocci". "Eu sou um defensor da presunção da inocência", diz Guimarães.

A verdade é que Brasília passou o dia, nesta quintam contando em minutos, e não em horas ou dias, o tempo para o pedido de demissão do ministro – ou algum outro tipo de solução. Entre elas, a mais conciliatória seria a de o ministro vir a público explicar o aumento do seu patrimônio. Essa é a vontade não apenas da presidente Dilma Rousseff, mas também do presidente Lula. Até aqui sem explicar como multiplicou por 20 seu patrimônio pessoal nos últimos quatro anos, o ministro está cercado por todos os lados. Nesta quinta-feira 2, o Diretório Nacional do PT se reuniu em Brasília sem manifestar, por qualquer um de seus dirigentes, algum tipo de solidariedade a ele. O que se comenta é que Palocci, um dos arrecadadores de recursos para as campanhas petistas em 2010, agiu sem ter muita atenção à prestação de contas com o próprio partido. Internamente, os dirigentes petistas estranham e rejeitam o fato de ele, por meio de sua empresa de consultoria, a Projeto, ter enriquecido tão rápida e vertiginosamente – o patrimônio pessoal de Palocci, registrado em nome da empresa, inclui um apartamento e um escritório de luxo numa das regiões mais caras de São Paulo, avaliados em mais de R$ 6 milhões.O secretário de Assuntos Institucionais do PT, deputado Geraldo Magela (DF), disse hoje, ao chegar à reunião da Executiva Nacional do partido, que o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, deve dar explicações ao governo e à sociedade sobre as acusações que pesam contra ele. Magela seguiu, no entanto, a estratégia traçada pela cúpula petista, que tenta se desvencilhar da crise política e lava as mãos em relação ao mérito das denúncias.

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"O assunto Palocci é assunto do governo, não é assunto do PT", afirmou. Nos bastidores, porém, dirigentes e parlamentares do PT pedem a saída de Palocci sob a alegação de que o desgaste prejudica cada vez mais o governo e o partido. Em público, a estratégia é apenas reforçar o coro das cobranças de explicações por parte do principal ministro do governo da presidente Dilma Rousseff.

Palocci é acusado de enriquecimento ilícito e tráfico de influência, no período de 2006 a 2010, quando era deputado federal. Até agora, ele enviou explicações sobre a origem do seu patrimônio apenas à Procuradoria-Geral da República (PGR). Apesar de defender Palocci, o governo avalia que ele precisa se manifestar o quanto antes. Ontem, a Comissão de Agricultura da Câmara aprovou a convocação do ministro-chefe da Casa Civil para prestar esclarecimentos. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), suspendeu a convocação até terça-feira.

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Na linguagem do poder, os sinais muitas vezes valem mais do que as palavras. Ontem, na tentativa de retomar o comando e a iniciativa de seu governo, Dilma Rousseff almoçou com o vice-presidente Michel Temer e com os senadores do PMDB. Estavam lá Michel Temer, José Sarney, Renan Calheiros e toda a trupe. Quem não estava? Antonio Palocci, ministro da Casa Civil e justamente o nome encarregado de conduzir as negociações com a base aliada. A desculpa oficial: ele participava de uma reunião burocrática com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Entre uma garfada e outra, Dilma prometeu uma boa relação com a base – cargos, portanto – sem que seu articulador político estivesse lá. Um sinal contundente de que o óleo da fritura de Antonio Palocci ferve a uma temperatura cada vez mais alta.

Se não bastassem os sinais, os gestos e as palavras são contundentes. Ontem, a facção “Manifesto PT” oficializou sua posição pelo imediato afastamento de Palocci até que as denúncias sejam investigadas. A posição do “Manifesto PT” foi comunicada ao governo por um dos seus integrantes mais ilustres, o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP). Desta facção fazem parte nomes como Tarso Genro, governador gaúcho, e Luizianne Lins, prefeita de Fortaleza. Mas poucos têm sido tão veementes como o senador Walter Pinheiro (PT-BA). “Quem está em cargo público tem de dar esclarecimentos públicos. Ou faz isso ou deixa o cargo”, ressaltou. “Estamos aguardando as manifestações do ministro há duas semanas. Esse tempo só tramou contra ele, o PT e o governo.”

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Para as próximas horas, aguarda-se a manifestação da Procuradoria Geral da República sobre as explicações de Palocci a respeito da multiplicação de seu patrimônio. Explicações inconsistentes, diga-se de passagem, uma vez que ele se nega a fornecer a relação de clientes, alegando cláusula de confidencialidade. Palocci está também convocado a depor na Comissão de Agricultura das Câmaras dos Deputados, mas o requerimento está congelado até a próxima terça-feira, em função de uma manobra do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS). “Se ele tiver que depor, está liquidado”, avalia uma fonte palaciana, que trabalha por sua queda. O PT já discute abertamente a sucessão de Palocci. Os nomes mais fortes são os de Paulo Bernardo, opção de Dilma, e Gilberto Carvalho, opção de Lula.

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