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Ala do PT prega independência do governo

Corrente Novo Rumo, que integra a majoritária Partido que Muda o Brasil (PMB) e que tem entre seus membros o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, deverá divulgar um documento pregando maior independência da agremiação em relação ao governo federal, além de querer ampliar o diálogo com as bases; manifesto deverá ser divulgado nesta quarta-feira 10, na véspera da abertura do 5º Congresso do Partido  

Brasília- DF- Brasil- 17/03/2015- O presidente nacional do PT, Rui Falcão, concede entrevista coletiva na sede do partido em Brasília (José Cruz/Agência Brasil) (Foto: Paulo Emílio)

247 - As divergências em torno da política econômica parecem ter rachado o PT. A corrente Novo Rumo, que integra a majoritária Partido que Muda o Brasil (PMB) e que tem entre seus membros o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, deverá divulgar um documento pregando uma maior independência da agremiação em relação ao Governo Federal, além de querer ampliar o diálogo com as bases. O manifesto deverá ser divulgado nesta quarta-feira (10), na véspera da abertura do 5º Congresso do Partido, que será realizado em Salvador (BA). Apesar de contar com o apoio da tendência minoritária Esquerda Popular Socialista (EPS), o documento não tem o apoio da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), que junto com a Novo Rumo fazem a PMB.

"Essa carta reflete a necessidade que a gente tem de se diferenciar, de marcar com maior liberdade o protagonismo que achamos que o PT deve ter. O partido não pode andar a reboque do governo federal", disse ao Estadão o secretário de comunicação do PT e membro da Novo Rumo, José Américo. "Não somos contra o ajuste fiscal nem temos nada pessoal contra o ministro (Joaquim) Levy, entendemos que o diálogo com o mercado tem que existir. Mas precisa haver também um diálogo com o andar de baixo. A gente precisa voltar a dialogar com o povo, reconectar com a nossa base", justificou.

De acordo com membros da Novo Rumo, a CNB teria sofrido pressões por parte do Governo de tal forma que a PMB teria apresentado um texto raso, sem destacar pautas consideradas caras ao PT e aos trabalhadores como o fim do fator previdenciário, taxação de grandes fortunas, regulamentação dos meios de comunicação, dentre outros pontos. A Novo Rumo também entende que a PMB não tem se posicionado de forma clara em relação a independência que  abancada petista deve ter em relação do governo no que diz respeito a projetos ligados a questões trabalhistas e programas sociais.