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      Aliados criam movimento de apoio que pode atrapalhar

      Ao defender atitudes da presidente, senadores mantiveram tema da corrupo no foco das discusses do dia

      Rodolfo Borges avatar
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      Evam Sena_247, de Brasília – Com discurso anticorrupção, senadores de partidos da base, mas considerados independentes, iniciaram nesta segunda-feira, 15, um movimento de apoio à “faxina” feita pela presidente Dilma Rousseff em ministérios alvo de denúncias de corrupção. A iniciativa, no entanto, pode atrapalhar mais que ajudar. Além de fazer dominar tema tão delicado ao governo durante a sessão desta segunda-feira, o movimento expõe ainda mais as cisões na base de Dilma. 

      Nenhum senador do PR ou da cúpula do PMDB discursou em apoio às demissões comandadas pela presidente. Depois da saída do agora senador Alfredo Nascimento (PR-AM) do Ministério dos Transportes por suspeitas de corrupção, o PR ameaça deixar a base. O PMDB está irritado com a Operação Voucher da Polícia Federal, que prendeu 35 pessoas ligadas a suposto esquema de fraude no Ministério do Turismo, comandado pelo peemedebista Pedro Novais (MA). 

      Muitos dos senadores que compõem o movimento, Pedro Simon (PMDB-RS), Ana Amélia (PP-RS), Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Pedro Taques (PDT-MT), assinaram requerimento para criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Transportes, no final de julho. Com o apoio de outros senadores da base, a oposição conseguiu as 27 assinaturas necessárias, mas viu sua estratégia frustrada depois que o governo interveio para retirada de apoio. 

      Apesar dos discursos de apoio de Jorge Viana (PT-AC), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Marcelo Crivella (PRB-RJ), a iniciativa foi ignorada pelas lideranças dos blocos governistas. “Eu vou agradecer, mas não vou falar, porque não concordo com pedido de CPI”, disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O líder do PT, Humberto Costa (PE), em meio aos discursos, falou sobre a crise econômica mundial. 

      “Dentro do contexto que V. Exª (Costa) está falando, (é) colocar uma vírgula”, provocou Simon. “Infelizmente, (da) liderança do meu partido não apareceu ninguém”, completou. 

      Em seu discurso, Simon criticou a atitude de parlamentares de se negarem a votar projetos em represália às respostas de Dilma às denúncias que atingem seu governo. Segundo o senador, a iniciativa é uma tentativa de salvar a imagem do Congresso, cada vez mais manchada pelo fisiologismo. 

      Ana Amélia ressaltou, porém, que a iniciativa não representa um “alinhamento automático” às ações de Dilma. “É, pontualmente, um apoio político para que ela não fique refém de outras forças que não queiram o que estamos pretendendo aqui: moralidade, gestão, qualidade, profissionalização do serviço público”, disse a senadora. 

      O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), cujo partido está no alvo da faxina na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), mandou mensagem de “tranquilidade” à presidente nas votações de interesse do governo. “(Apoiamos) a presidente Dilma nas ações que vem tomando e (damos apoio) a ela para que, pelo menos aqui no Senado, não seja vítima de qualquer movimento no sentido de criar qualquer tipo de dificuldade a ela”, disse.

      Dilma recebeu apoio até do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que atua como oposição. “(A presidente) tem demonstrado, de forma clara e inequívoca, que quer combater a corrupção. Essa é uma herança maldita da qual está tentando se desvencilhar. Ela só se livra disso se ela tiver um comportamento uniforme, o apoio da oposição, até para enfrentar os fisiológicos e o apoio da sociedade”, disse.

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