Aliança Kassab-Haddad dá nó na política nacional
Enquanto todos os partidos da base aliada lanam nomes contra o PT em So Paulo, o prefeito Gilberto Kassab muda tudo com seu jogo de seduo em relao ao candidato de Lula; movimento pode influir at na reforma ministerial de Dilma
247 – Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, é um profissional da política. E talvez seja hoje o mais pragmático dos políticos brasileiros. Ele já foi malufista, serrista e agora falta pouco para ser quase petista. Seu movimento mais recente, que parece desafiar a lógica, muda praticamente tudo na política de São Paulo, com repercussões também nacionais. Eleito prefeito na cola de José Serra, Kassab prega agora uma aliança com Fernando Haddad, o candidato imposto pelo ex-presidente Lula ao PT. E embora o PSD, partido recém-criado por Kassab, não integre formalmente a base governista, ele oferece um apoio que todos os aliados que têm negado ao PT. Qual será a contrapartida? É improvável que Kassab saia do tabuleiro sem um espaço relevante na administração federal, justamente agora que a presidente Dilma Rousseff estuda a melhor forma de fazer sua reforma ministerial.
Dos aliados do PT no plano federal, três já anunciaram candidatura em São Paulo. É o caso do PMDB, com Gabriel Chalita, do PC do B, com Netinho de Paula, e do PDT, com Paulinho da Força. Todos contam com ministérios importantes. E Kassab, que não tem nada em Brasília e conta ainda com um caixa importante em São Paulo, estende a mão ao PT. É justamente esse o nó criado pela aliança paulista, que já seduz setores do Partido dos Trabalhadores. “O PT não pode mais ser um partido sectário”, diz o vereador Francisco Chagas, que defende o acordo entre Kassab e Haddad. O que atual prefeito exige no plano local, aparentemente, é simples de atender. Seria a indicação do atual secretário de Educação, Alexandre Schneider, como vice-prefeito.
Oportunidade de ouro
Em seu primeiro ano de governo, a presidente Dilma afastou vários ministros e deu sinais de que condenaria o aparelhamento político-partidário. Kassab, que fez do PSD a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados, declarou independência e não aderiu automaticamente ao governo federal. Mas seu partido tem feito alianças que envolvem o PT em vários estados.
Para a presidente Dilma, ter o PSD integrando a base governista aumentaria a pressão em relação aos atuais aliados, que demandam sempre maiores espaços na administração federal. E Kassab poderia começar a construir o caminho para seu grande projeto, que é o de disputar o Palácio dos Bandeirantes em 2014, com o apoio do PT.
Hoje, Kassab enfrenta baixos índices de popularidade em São Paulo e Haddad também não decola nas pesquisas. Talvez um esteja precisando do outro.
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