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Poder

As dificuldades da oposição em 2013

A crise em que mergulha a oposição depois de tantas derrotas consecutivas nas urnas, ao que tudo indica, só se aprofundará ao longo desse ano

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A crise em que mergulha a oposição depois de tantas derrotas consecutivas nas urnas – as três últimas eleições presidenciais e os pífios resultados nas eleições municipais do ano passado –, ao que tudo indica, só se aprofundará ao longo de 2013.

Apesar da ajuda de sua sempre aliada, a grande mídia, em pautar-lhe uma agenda contra o governo e forçar a existência de um cenário positivo, o tucanato já percebeu que não será fácil encontrar um caminho que lhe dê chances reais de virar o jogo. Leio na imprensa, inclusive, que o partido começa a se articular para a realização de um Congresso, a fim de buscar a "unidade nacional" e a "modernização do discurso".

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Nada mais natural e é exatamente o que se espera de partidos políticos ditos democráticos – que se organizem e se afinem internamente e, principalmente, que ouçam suas bases. Um dos quadros do partido, Edson Aparecido, secretário da Casa Civil de Geraldo Alckmim, justifica a empreitada dizendo que "o PSDB não pode apenas ter vida ativa nos períodos de eleição". Muito perspicaz. Agora só terão de decidir por onde começam a "colocar a casa em ordem".

Ao lançarem com mais de um ano de antecedência a candidatura de Aécio Neves (MG) ao Palácio do Planalto, lideranças do partido expuseram a falta de consenso entre pares deste que se pretende o maior partido de oposição hoje no país. Para se ter uma ideia do grau de divergência, poderão enfrentar como adversário em 2014 ninguém menos do que José Serra, candidato deles à Presidência da República derrotado duas vezes, em 2002 e 2010, e à Prefeitura paulistana, no ano passado.

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Inconformado com a possibilidade de perder a vaga de candidato no partido que se orgulha de ter ajudado a fundar, Serra já articula sua ida para uma nova legenda, ou mesmo a possibilidade de ser candidato pelo PPS ou PSD, refundado no ano passado pelo ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab. Parece piada, mas saiu nos principais jornais. Há de se reconhecer a persistência do ex-governador.

Enquanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso toma para si a tarefa de conduzir a pré-campanha de Aécio, juntamente com seus companheiros de governo Pedro Malan, Armínio Fraga, Edmar Bacha e até mesmo com o ex-senador Tasso Jereissatti, o governador Geraldo Alckmin, candidato do partido à Presidência em 2006, tergiversa.

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No mesmo nível da falta de programa e projeto alternativo demonstrado ao longo do ano passado, a pré-campanha montada pelo grupo de Aécio deve ser levada pelo discurso falacioso de que a era FHC foi marcada pela estabilidade econômica e reformas do Estado. Já fazem circular em artigos divulgados pelos jornalões a teoria de que é possível que o país cresça de 5% a 6% ao ano realizando mais parcerias com o setor privado. Pena que não tenham descoberto isso antes: durante a era FHC, o país cresceu uma média anual de 2,48%. Nos dois mandatos de Lula, o índice foi de 4,65%. Também poderiam começar explicando por que, ao invés de fazer as parcerias que agora apontam como solução, optaram pela entrega pura e simples do patrimônio público, em gestões marcadas por privatizações, também conhecidas como "privatarias".

E para tornar ainda mais revolto o mar por que navegarão em 2013, os tucanos podem perder o seu histórico e tradicional aliado – o DEM. Praticamente dizimado pelo resultado das urnas e pela refundação do PSD de Kassab - sua bancada caiu de 40 para 27 deputados federais –, o DEM se descola do PSDB e deixa claro que procura caminhos próprios e até algum tipo de entendimento com partidos da base do governo federal, como PMDB, PSB e PDT, na intenção de melhorar seu desempenho nas eleições de 2014.

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Corroboram esse afastamento do DEM em relação ao PSDB declarações do presidente da sigla em Pernambuco, o deputado federal Mendonça Filho (DEM- PE), de que o partido não tem vinculação ou subordinação ao PSDB e de que alianças com partidos que atuam no campo governista é tema bastante discutido internamente pelos democratas.

Por fim, além das disputas internas e de um provável esvaziamento de alianças, os tucanos e a oposição em geral terão de encontrar uma fórmula para reverter a falta de empatia junto aos eleitores – o que se torna ainda mais complicado em meio a uma clara crise de lideranças.

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O último levantamento realizado pelo Ibope mostrou que apenas três nomes presidenciáveis da oposição superam o traço e passam de 1% na preferência do eleitorado na pesquisa espontânea: José Serra (4%), Aécio Neves (3%) e Marina Silva (2%). Já a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula foram citados por 26% e 19% dos entrevistados, respectivamente.

Por tudo isso, podemos acreditar que, depois de permanecer à deriva em 2012, sem se firmar como uma alternativa ao projeto político que está mudando o Brasil, a oposição deverá enfrentar águas turvas no ano que se inicia.

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