Ausente, Dilma defende plebiscito em carta ao PT
Presidente justifica ausência em reunião deste sábado do diretório nacional do partido e defende o plebiscito como solução para ouvir as ruas sobre eventuais mudanças na política; "Eles querem um novo sistema político, mais transparente, mais oxigenado e mais aberto à participação popular que só a reforma política balizada pela opinião das ruas, por meio de um plebiscito, poderia criar. Mais do que tudo, eles querem ser ouvidos e participar", disse; sobre a ausência, alegou que a vinda do papa traz "deveres aos quais não posso faltar"; Dilma havia sido convidada pessoalmente pelo presidente da sigla, Rui Falcão
247 – Depois de desapontar um grupo de correligionários por não comparecer à reunião do diretório nacional do PT, na manhã deste sábado, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff enviou uma carta ao partido justificando sua ausência e defendendo a realização do plebiscito como a melhor forma de se ouvir as ruas na questão da reforma política. No texto, ela atribui sua ausência à vinda do papa ao Brasil, o que lhe traz "deveres aos quais não posso faltar". Ela será representada pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
"Eles querem um novo sistema político, mais transparente, mais oxigenado e mais aberto à participação popular que só a reforma política balizada pela opinião das ruas, por meio de um plebiscito, poderia criar. Mais do que tudo, eles querem ser ouvidos e participar", diz trecho da carta, em referência aos manifestantes que tomaram as ruas de centenas cidades do País no mês de junho. Dilma também diz que está ao lado de Lula ouvindo as ruas a fim de "construir um Brasil cada vez melhor".
Num afago ao PT – que tem feito críticas à presidente por falta de diálogo e, mais recentemente, por sua ausência na reunião –, Dilma Rousseff declara no documento que não haverá um "Brasil efetivamente novo" sem o partido. "Sei que podemos contar com o nosso partido para acolher essa energia renovadora que vem das ruas e impulsioná-la para revolucionar o Brasil e sua democracia", diz. "Nós apenas começamos. Afinal, o Brasil com que as ruas sonham é o Brasil com que sempre sonhamos. Um Brasil de todos, para todos, e construído por todos os brasileiros", conclui a presidente.
Ela foi convidada pessoalmente para a reunião pelo presidente nacional da sigla, Rui Falcão, que afirmou no fim da semana que faltavam apenas confirmar os detalhes para que ela comparecesse à sede do partido hoje. Apenas nesta sexta-feira, porém, o Palácio do Planalto informou que Dilma não compareceria ao encontro. O anúncio da ausência incomodou alguns petistas, que prometiam cobrança, mas também apoio à chefe do Executivo. Entre eles, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que chegou a apontar um "desrespeito" ao partido.
Sem Dilma, os petistas vão discutir a conjuntura político-econômica e tentar aprovar uma moção para retirar o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) da coordenação do Grupo de Trabalho que discutirá a reforma política na Câmara. De acordo com o líder do PT na Casa, deputado José Guimarães (CE), a posição de Vaccarezza não representa o partido. Os dirigentes do partido começaram a chegar na sede por volta de 10 horas.
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