'Beijo que Trump dá em judeus é perigoso', diz filósofo
O filósofo francês Bernard-Henri Lévy afirma que a situação de judeus no mundo não é tão tranquila quanto parece. Ele diz não se enganar com o discurso pró-Israel do presidente americano, Donald Trump, que é seguido por outros políticos populistas mundo afora como Marine Le Pen na França e Jair Bolsonaro no Brasil. Ele diz: "Trump declara ser amigo dos judeus, mas acredito que isso não é verdade. Acho que é um falso amigo. Penso que o beijo que ele dá nos judeus é um beijo perigoso"
247 - O filósofo francês Bernard-Henri Lévy afirma que a situação de judeus no mundo não é tão tranquila quanto parece. Ele diz não se enganar com o discurso pró-Israel do presidente americano, Donald Trump, que é seguido por outros políticos populistas mundo afora como Marine Le Pen na França e Jair Bolsonaro no Brasil. Ele diz: "Trump declara ser amigo dos judeus, mas acredito que isso não é verdade. Acho que é um falso amigo. Penso que o beijo que ele dá nos judeus é um beijo perigoso".
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca a fala de Lévy: "os judeus americanos, como os judeus brasileiros e os judeus franceses, erram ao acreditar que estão resguardados. Quaisquer que sejam as carícias feitas, quaisquer que sejam os sorrisos hipócritas que lhe sejam endereçados, o populismo sempre desemboca no antissemitismo."
Sobre o antissemitismo, o filósofo diz: "são duas coisas diferentes. Nós podemos criticar Israel sem ser antissemitas, não somente podemos como devemos, isso se chama democracia. Eu mesmo critico frequentemente a política de [Binyamin] Netanyahu. Mas criticar Israel no seu princípio de existência, dizer que Israel não tem legitimidade, dizer que o sionismo, que é um princípio legítimo, é um mau princípio, isso é antissemitismo. Nós podemos criticar Israel sem ser antissemitas, mas não podemos ser antissionistas sem ser antissemitas".
Lévy também fala sobre o enfraquecimento do Ocidente, enquanto conceito: "ele [o ocidente] é fraco porque há muitos Trump, Marine Le Pen, Viktor Orbán, Bolsonaro. O enfraquecimento do Ocidente está aí. O que é um Ocidente forte? É um Ocidente fiel a seus valores. O que distingue os valores ocidentais? É a filosofia das Luzes. A tolerância, a abertura de espírito, o espírito crítico, o respeito às minorias, colocar o outro antes de si, o amor à cultura, o respeito à inteligência."
