Borges no páreo para substituir Nascimento

Rodolfo Borges_ 247 _ A cúpula do Partido da República, em Brasília, está prestigiando integralmente o ministro Alfredo Nascimento, dos Transportes, mas alternativas à seu nome já começam, inevitavelmente, a ser estudados informalmente. Um dos que aparece bem colocado nessa corrida cuja largada ainda não foi dada é o ex-governador da Bahia Cesar Borges. Apesar de político, ele também é considerado um quadro com capacidade técnica para assumir a pasta. Borges teria, inclusive, recusado duas indicações, para chefiar o DNIT e a Valec, os dois principais braços da estrutura ministerial, exatamente para se guardar para uma situação como a atual. A experiência como gerente de uma grande máquina administrativa, do tamanho do governo da Bahia, também é um ponto a favor em seu currículo. Outro é a discrição: mesmo egresso do grupo do falecido senador Antônio Carlos Magalhães, Borges nunca foi um aliado incondicional e jamais se deixou levar por aparições excessivas, o que seria bastante útil no atual momento do ministério.

Neste momento, o nome de Borges ainda está mais forte na Bahia do que em Brasília, mas, caso o ministro Nascimento seja alvo de novas denúncias e venha a cair, a sucessão pode ser precipitar. O clima no PR, partido de Nascimento e Borges, ainda é de apoio incondicional ao ministro, principalmente depois do voto de confiança público da presidente Dilma Rousseff. Ele já se colocou à disposição do Senado para prestar esclarecimentos – o que deve acontecer em audiência na próxima terça-feira – e vem sendo defendido publicamente por parlamentares do PR, com quem se reuniu na última segunda-feira, no Ministério dos Transportes, para se explicar.

O nome de César Borges é uma possibilidade, mas a avaliação dentro do partido é de que, no caso de uma substituição, Dilma não abriria mão de escolher o novo titular da Pasta – como ocorreu tanto na escolha de Gleisi Hoffman para a Casa Civil como na de Ideli Salvatti para a Secretaria de Relações Institucionais. Caberia ao PR apenas endossar ou não a decisão da presidente. Mas isso não impede o PR de sugerir nomes. Nesta terça-feira, o senador Magno Malta (PR-ES) teve reunião com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.