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Boric é quem está isolado na América Latina – não Lula

O sociólogo argentino Jorge Elbaum argumentou que a posição de Lula reflete o sentimento predominante nos países da América Latina

Presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reuters)
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247 – A Cúpula Celac-União Europeia, realizada em Bruxelas, na Bélgica, foi palco de um entrevero entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Chile, Gabriel Boric, evidenciando a aparente falta de aliados importantes do chileno na América Latina. As divergências vieram à tona quando Boric "exigiu" que os países da região condenassem a Rússia pela guerra contra a Ucrânia, mas recebeu uma resposta irônica de Lula, apontando para a visão individual do jovem líder chileno.
A Cúpula, ocorrida na quarta-feira (19), culminou com a declaração final que defende a paz na Ucrânia, mas não menciona a Rússia, nem condena o presidente russo Vladimir Putin, alinhando-se com a posição dos líderes de esquerda da região, incluindo Lula. O sociólogo argentino Jorge Elbaum argumentou que a resposta de Lula reflete o sentimento predominante nos países da América Latina, que enxergam o conflito no Leste Europeu como resultado da prepotência da Otan e das ambições dos Estados Unidos em enfraquecer a Rússia, segundo aponta reportagem da Rede Brasil Atual.

Boric, de apenas 37 anos, insistiu em sua posição de condenar a Rússia e defendeu que a declaração conjunta sobre a guerra deveria explicitar que a agressão é direcionada à Ucrânia. Ele classificou o conflito como uma "guerra de agressão imperialista" que viola o direito internacional, alertando que, se não houver condenação, outros países também poderiam ser alvo de intervenções.

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Contudo, Elbaum destaca que Boric parece esquecer o contexto histórico do conflito, que remonta a 2014, quando o então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukóvytch, foi deposto em um golpe de Estado apoiado por interesses dos EUA e do Ocidente. O golpe levou a uma tentativa de limpeza étnica com massacres na região de Donbass, uma região de maioria russófona que agora está sob controle de Moscou.

Após a resposta de Lula, Boric declarou respeito e carinho pelo presidente brasileiro e afirmou que não se sentiu ofendido, mas sim grato pela oportunidade de conversar com ele. No entanto, a posição do chileno na Cúpula levantou questionamentos sobre sua posição na região. Elbaum acredita que Boric representa um "pseudo-progressismo" tanto na América Latina quanto na Europa, atuando como uma "função vazia" que favorece os interesses mais concentrados do neoliberalismo.

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Elogios de Macron – Apesar da divergência, Boric conseguiu atrair holofotes durante sua estadia em Bruxelas. Posteriormente, em Paris, ele foi recebido no Palácio do Eliseu pelo chefe do governo francês, Emmanuel Macron, que elogiou sua posição "inequívoca" em relação à guerra russa na Ucrânia.

Assim, a Cúpula Celac-União Europeia trouxe à tona as discordâncias entre Boric e Lula, destacando a aparente falta de aliados importantes do presidente chileno na América Latina e colocando em debate sua posição política e sua abordagem em relação aos conflitos internacionais.

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