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Breno Altman: para ter força, a esquerda precisa ser anti-sistema

Em entrevista à TV 247 o jornalista Breno Altman defendeu que a esquerda precisa estabelecer como meta a criação de uma nova Constituição; "a esquerda não deve lutar olhando para trás propondo que o país regresse ao sistema político falido e que foi derrotado pela extrema direita", diz; assista

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247 - O jornalista e editor do Opera Mundi Breno Altman afirmou que a democracia liberal pautada na Constituição de 88 é um sistema político falido e que a esquerda deve propor um novo regime.

Para ele, a esquerda política do país deve ter a perspectiva de criar uma nova Assembléia Constituinte. "Se a esquerda quiser se enterrar ela defende a democracia liberal apodrecida e colapsada da Constituição de 88, porque é exatamente contra esse sistema político que se construiu maioria ao redor do Bolsonaro, e com razão porque esse sistema faliu. Outra coisa são as liberdades democráticas, eu acho que a esquerda deve lutar com quem estiver disposto a cerrar fileiras pelas liberdades democráticas. Defender as liberdades democráticas não é a mesma coisa que defender o retorno ao regime político da Constituição de 88. A esquerda deve lutar pelas liberdades democráticas para ter força e propor um novo sistema político, o que significa propor para ganhar forças para impor uma nova Assembléia Constituinte no país que reorganize o conjunto das instituições".

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Altman defende que a esquerda precisa ser anti-sistêmica e que precisa dar esperança ao país. "A esquerda não deve lutar olhando para trás propondo que o país regresse ao sistema político falido e que foi derrotado pela extrema direita, a esquerda para ter força precisa ser anti-sistêmica e precisa oferecer um futuro para o país, o futuro não está na democracia liberal apodrecida e colapsada da Constituição de 88, está na construção de um sistema político muito mais democrático e muito mais marcado pela soberania popular e participação, tem que propor um novo sistema político democrático, ainda que lute lado a lado com quem estiver disposto a lutar pelas liberdades democráticas, até mesmo com setores que defendem a democracia liberal".

A direita política já está em processo de transição de sistema político do Brasil, porém, Breno Altman vê uma escalada do autoritarismo nas cadeias e comando do país. "A ruptura da ordem constitucional ocorreu em maio de 2016, quando derrubaram sem crime de responsabilidade a então presidenta Dilma Rousseff, de lá para cá nós vivemos um processo de ruptura da Constituição de 88. A direita tradicional defendia a reconstrução do regime de democracia liberal sob o seu controle e com a exclusão do PT e do presidente Lula. Havia um outro setor das classes dominantes que foi vitorioso nas eleições de 2018 que propunha outro rumo para a ruptura constitucional operada conjuntamente pela extrema direita e a direita tradicional em 2016, Mudar o regime político, transitar da democracia liberal, em colapso, para um regime bonapartista, um regime policial. Esta alternativa, com o apoio das Forças Armadas, é que venceu as eleições de 2018 e o governo caminha nesta direção de instituir um outro regime político".

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Ele também opinou sobre a extinção dos conselhos por parte do presidente Jair Bolsonaro. "Nesse processo de transição de regime é que nós devemos analisar uma medida como a extinção dos conselhos federais decidida pelo governo na semana passada. O que era esses conselhos? Formas de participação da sociedade dentro do Estado, não alteravam as instituições do Estado no fundamental mas permitia espaços de democracia semidireta".

Outro caso de enfraquecimento do poder popular é o sufocamento da base sindicalista do país, argumentou Altman. "O que foi feito com o sindicalismo brasileiro desde o golpe de 2016 é um ataque antidemocrático impressionante porque retiraram o imposto sindical dos sindicatos e em seguida a medida 873 do Bolsonaro que dificulta a possibilidade dos sindicatos de receberem a contribuição dos trabalhadores de suas respectivas bases. Ou seja, são operações de asfixia financeira de quem pode fazer oposição ao governo".

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