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Cabral é, no Rio, o grande eleitor

Após enfrentar crises políticas e administrativas, governador Sérgio Cabral chega ao último mês da eleições municipais no auge do prestígio popular; crescem pedidos por sua presença nos palanques do PMDB e aliados; pesquisas indicam alto potencial de transferência de votos; "ele é o nosso motor", reconhece Jorge Picciani, presidente do partido no Rio

Cabral é, no Rio, o grande eleitor (Foto: Edição/247)
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Marco Damiani _247 – Ao completar seu sexto ano de governo no Rio, Sérgio Cabral já experimentou os dois extremos da gangorra da popularidade. A reeleição em primeiro turno, em 2010, com 66% dos votos, foi o momento de pico, mas a crise dos bombeiros, que se rebelaram contra suas determinações, no primeiro ano de seu segundo mandato, a tentativa de greve da Polícia Militar, no início deste ano e, pouco mais tarde, a quebra da construtora Delta, envolvida no caso Carlinhos Cachoeira, sem dúvida testaram fortemente sua  habilidade como político e administrador, com potencial para colocar em risco seu prestígio popular.

Para superar, uma a uma, as três complexas situações, Cabral evitou as conciliações fáceis com as pesquisas. Preferiu, em lugar de gestos populistas, manter a postura dura frente à desobediência de parte das corporações da área de segurança, mas oferecendo, ao mesmo tempo, uma política salarial de longo prazo, na prática aceita pelos principais interessados nela. Em relação à quebra da empreiteira de seu amigo pessoal Fernando Cavendish, agiu rápido no reordenamento de consórcios de obras, evitando a descontinuidade no trabalho de obras vistosas como a reforma do Maracanã. No campo político, atuou com doses iguais de discrição e eficiência, driblando pressões que visavam convocá-lo à CPI do Cachoeira. Do episódio, saiu ileso. O resultado é que, agora, quando seu partido, o PMDB, tem candidatos a prefeito em mais de 50 municípios do Estado do Rio, Cabral tornou-se o grande eleitor a favor da legenda. "Ele é o nosso principal motor", resume Jorge Picciani, presidente estadual da legenda. "Cabral empolga e acelera nossas candidaturas com um cartel de realizações para os municípios jamais visto no Estado do Rio e o entusiasmo contagiante que é típico dele".

Afeito ao corpo a corpo com o eleitor, acostumado aos palanques e amigo dos microfones, o governador está sendo cada vez mais solicitado pelos candidatos de sua legenda – e até também por aliados – a participar diretamente da campanha. Pesquisas eleitorais de todos os partidos mostram que as avaliações de ótimo e bom para a sua administração crescem sustentadamente entre eleitores de todas os partidos. À grande maioria dos pedidos de presença em campanha, Cabral têm dito sim, multiplicando-se pelas cidades fluminenses na forma de mensagens a seus candidatos no horário político na tevê, em fotos nas propagandas eleitorais e na abertura de sua agenda para passeatas, carreatas e ao contato direto com o público. Há cidades importantes, no entanto, em que ele tem dificuldade para se colocar, mas por excesso de apoios. Em Niterói, três entre os quatro postulantes ao cargo de prefeito foram secretários estaduais em suas administrações...

"O governador Sérgio Cabral é, sem dúvida, o grande eleitor desta campanha", reconhece o presidente do PDT fluminense, ex-ministro Carlos Luppi. "Eu mesmo, sempre que posso, procuro puxá-lo para cima dos palanques dos nossos candidatos. Nas situações de disputa parelha, ele é o elemento capaz de fazer a diferença no resultado final". Luppi já convenceu Cabral a ir pessoalmente a cidades como Cabo Frio, Búzios, Queimados, Itaguaí e outras para ajudar os candidatos da legenda trabalhista. Ali, a presença do governador não fere os interesses do PMDB – e para lá irá Cabral na reta final da disputa, entre outros endereços. Ele tem planos de percorrer todos os municípios fluminenses.

"Um governador bem avaliado é capaz de transferir até a metade de seus índices de ótimo e bom para os candidatos com os quais se permite identificar", disse ao 247 o presidente do instituto de pesquisas GPP, Paulo Guimarães. "Nos municípios menores, a depender das realizações que conseguiu fazer ao longo do mandato, a força de um governador forte é única. Isso tende a se diluir mais à medida em que se chega às cidades maiores". Guimarães reconhece que, em situações de disputa parelha, o apoio de um governador a um candidato a prefeito pode fazer toda a diferença. "O eleitor costuma ser muito pragmático. Ele sabe que a proximidade do candidato a prefeito com o político maior, senhor de mais verbas, não tem contra-indicação para a sua cidade".

Além do prestígio em alta, Cabral entra no último mês antes do dia do voto em primeiro turno com a situação praticamente resolvida no município do Rio de Janeiro. Segundo as projeções do momento, o prefeito Eduardo Paes caminha para uma eleição em primeiro turno, o que já libera o governador para percorrer o interior na sustentação dos candidatos de seu partido e aliados. Muitos querem Cabral, e Cabral quer a muitos.

 

 

 

 

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