Câmara de Belo Horizonte vira fábrica de escândalos
Legislativo da capital paga, em apenas trs meses, R$ 4,4 milhes a agncia de publicidade famosa pelo atendimento a campanhas do PSDB, ignorando recomendao do Ministrio Pblico. Presidente da Casa, Lo Burgus vive inferno astral: na sua gesto, houve o escndalo do aumento salarial, da coxinha da madrasta e at da censura a msico
247 - O vereador tucano Léo Burguês assumiu a presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte, no início do ano passado, com um desafio: revolucionar o legislativo municipal, profissionalizando a gestão e aumentando a participação popular. Até agora, entretanto, sua gestão parece estar sendo marcada por escândalos.
O mais novo deles é o pagamento de R$ 4,4 milhões à agência de publicidade Perfil 252, nos três primeiros meses deste ano. A denúncia, citada em reportagem da jornalista Amália Goulart no jornal Hoje em Dia desta sexta-feira, revela que a Câmara ignorou recomendação do Ministério Público (MP) ao fazer o pagamento.
O valor pago se refere a peças publicitárias do legislativo de BH. O valor em alto, levando-se em conta que em todo o ano passado a Perfil recebeu R$ 4,6 milhões da Câmara. O próprio MP já havia lançado a suspeita de direcionamento dos gastos publicitários à agência, que tem como fundador e diretor o publicitário Cacá Moreno. Ele é antigo publicitário do PSDB e aliados em Minas: fez as campanhas de Aécio Neves e Itamar Franco (PPS) ao Senado no ano passado, por exemplo. A Promotoria do Patrimônio Público vai entrar com ação por improbidade contra Burguês.
Tanto dinheiro para a publicidade pode ser explicado pelo momento da Câmara de BH. O auge de sua imagem negativa foi no fim do ano passado, quando os vereadores se deram um reajuste salarial de quase 70%. O aumento foi rapidamente reprovado pelos belo-horizontinos, que fizeram uma campanha inédita nas redes sociais. O prefeito Marcio Lacerda foi obrigado a vetar o aumento e os vereadores, em seguida, também pressionados a aceitar o veto.
Durante a polêmica dos salários, a situação ficou ainda pior depois que se descobriu que a Câmara havia comprado quase R$ 62 mil em lanches e refeições da empresa Trevo Salgados Congelados. Detalhe: a Trevo pertence à madrasta de Burguês.
Atraindo escândalos, o presidente da Câmara resolveu dar uma de censor. Pressionou o compositor Flávio Henrique a retirar de cartaz uma de suas músicas. O músico havia composto uma marchinha para o carnaval deste ano, chamada “Na Coxinha da Madrasta”. Em pouco tempo, a música virou sucesso entre os internautas de Belo Horizonte. Ao 247, Henrique disse na época: “Quem vai julgar o Léo Burguês é a população, não sou eu. Eu estava repercutindo uma matéria. Não estou a serviço de ninguém, não ganhei um tostão para fazer isso”.
Burguês, que é candidato à reeleição, negou a censura. Como nega agora qualquer irregularidade na contratação da agência Perfil 252.
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