Campanha de Bolsonaro espalha falsificações sobre ataque a faca
A campanha de Jair Bolsonaro está espalhando informações falsas e montagens fotográficas falsificadas como desdobramento da facada sofrida pelo candidato da extrema-direita; são montagens grosseiras, escandalosas, espalhadas ao mesmo tempo em está sendo construída, com apoio de segmentos da imprensa conservadora, a versão de que o ataque a Bolsonaro seria "político", resultado de uma trama, com o objetivo de mais adiante culpabilizar a esquerda
247- A campanha de Jair Bolsonaro está espalhando informações falsas e montagens fotográficas falsificadas sobre a facada sofrida pelo candidato da extrema-direita. São montagens grosseiras, escandalosas, espalhadas ao mesmo tempo em está sendo construída, com apoio de segmentos da imprensa conservadora, a versão de que o ataque a Bolsonaro seria "político", resultado de uma trama, com o objetivo de mais adiante culpabilizar a esquerda.
Duas montagens foram as mais expressivas nos últimos dias, com ampla repercussão nas redes sociais. Uma que busca enganar a opinião pública com uma camiseta que seria a que Bolsonaro usava na agressão (mas não é); e segunda, com uma falsificação feita numa foto, tenta colocar o agressor, Adélio Bispo de Oliveira perto de Lula numa cena pública. A primeira é a que acompanha o título desta reportagem, a segunda está abaixo. O veiculo da mídia conservadora que está na liderança da articulação para tornar o ataque de um desequilibrado num "atentado político" é o jornal O Estado de S.Paulo.
1. A primeira falsificação - a camiseta. A falsificação foi montada por um dos filhos de Jair Bolsonaro, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Apresentou uma camiseta como se fosse a utilizada por seu pai no momento do ataque, com o objetivo de criar alto impacto emocional, com uma imagem simbólica: o que seria o rasgo feito pela faca, com uma mancha de sangue (cor vermelha, registre-se) separando a palavra "Brasil" ("Bra" de um lado, "sil" de outro), como se a esquerda estivesse dividindo o Brasil. Basta cotejar a foto apresentada no twitter com a cena da facada (na foto acima) para constatar que é uma falsificação: a posição é outra e não havia sangue. No vídeo no twitter, divulgado no sábado (8), Flávio afirma peremptoriamente que o pais teria sido "vítima de um atentado político hediondo, um atentado contra a democracia que mancha de sangue sim a história do nosso Brasil" (veja no twitter a seguir).
- Nosso Capitão Bolsonaro fez o que pôde, agora é com a gente!
- Convocação: domingo (9/Set), às 11:00, posto 6 da praia de Copacabana.
- Ato pela vida de Bolsonaro, informações no vídeo.
- Peço que repassem.
- Flávio Bolsonaro. pic.twitter.com/IqdThElBr9— Flavio Bolsonaro 177 Senador_RJ (@FlavioBolsonaro) 8 de setembro de 2018
2. A segunda falsificação - o responsável pela montagem é o senador pastor Magno Malta (PR-ES), um dos mais histéricos aliados de Bolsonaro. Ele espalhou uma falsificação feita numa foto, que tenta colocar o agressor, Adélio Bispo de Oliveira perto de Lula numa cena pública. Veja:
3. A montagem do "crime político" - a versão espalhada pelo núcleo da campanha de Bolsonaro tem sido estimulada e desenvolvida por uma sequência de reportagens do jornal conservador (que realizou um giro rumo à extrema-direita nos últimos meses) que têm como objetivo encontrar o "segundo nome" do ataque, para criar a ideia de trama, envolver a contratação do advogado de Adélio Bispo de Oliveira numa bruma de suspeitas que permita mais adiante uma acusação de ele ter sido contratado pela esquerda. A operação tem apoio de segmentos da investigação do crime, que levaram Adélio Bispo de Oliveira para um presídio federal em Campo Grande (MS), onde ficará isolado e indica a possibilidade de um desdobramento ao estilo "delação premiada", no qual o criminoso, desequilibrado e isolado poderá estar disponível a apresentar qualquer roteiro que lhe seja apresentado.
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