Campanha negativa se volta contra o próprio Serra
Candidato do PSDB em São Paulo foi o único, em todo o País, a explorar o mensalão no horário eleitoral; nesta terça, ex-presidente FHC disse que tucano representa o reencontro da política com a moralidade; pelo jeito, o eleitor pensa de outra maneira; resultado está expresso em pesquisa e tracking que colocam Fernando Haddad à frente de Serra
247 – Quando viu que a disputa pela Prefeitura de São Paulo não seria assim tão fácil, o candidato do PSDB, José Serra, partiu para a guerra. Usa vários minutos de seu programa eleitoral para falar mal do PT e chegou a condenar a presidente Dilma Rousseff por "meter o bico" numa cidade em que "mal conhecia" quando ela entrou na campanha de Fernando Haddad. O golpe mais baixo, no entanto, foi usar o julgamento do chamado "mensalão" como parte de seus ataques. Num dos programas, o tucano chegou a sugerir que, caso o eleitor vote em Haddad, petistas como José Dirceu e Delúbio Soares, réus no processo, voltariam à ativa.
Ao que tudo indica, porém, a estratégia não tem dado certo. Duas pesquisas publicadas nesta quarta-feira 19, uma realizada pelo próprio PSDB e outra pelo Instituto Vox Populi, mostram o candidato do PT um ponto à frente de José Serra, pela primeira vez nas eleições desse ano. Segundo o Vox Populi, Haddad tem 18% das intenções de voto dos paulistantos, enquanto Serra, 17%. O tracking do PSDB não revela os números, mas também informa que o petista vence pela diferença de um ponto. Nas duas pesquisas, Celso Russomanno (PRB) permanece na liderança. De acordo com o Vox Populi, com 35%.
Os números sinalizam que o eleitorado pensa diferente do que disse nesta terça o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, Serra é a "recuperação moral" da política e também "o candidato que representa um reencontro do Brasil com a sua história de luta pela democracia". As frases foram ditas em ato político organizado por FHC com artistas e intelectuais de São Paulo em apoio ao tucano. Para tentar ajudar Serra, o ex-presidente também já gravou programa eleitoral citando o "mensalão" e estará em mais um evento no final de setembro no centro da capital.
Como se não bastasse ser ultrapassado por Haddad nas pesquisas, o candidato ainda tem de enfrentar o problema da rejeição. Nada menos do que 46% dos paulistanos não votariam nele "de jeito nenhum", segundo o último levantamento do Datafolha. Os ataques a seus adversários, especialmente ao PT, parecem estar, na realidade, afastando a população do candidato que, com 70 anos, prega a experiência e debocha do mote do "novo", defendido na campanha dos petistas.
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