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Cinco vezes em que Bolsonaro fez apologia à violência usando crianças: “ECA tem que ser rasgado"

ONU e Sociedade Brasileira de Pediatria já protestaram contra o desrespeito do presidente com a infância brasileira

Bolsonaro se enrola na bandeira nacional para foto com criança segurando arma de brinquedo (Foto: Isac Nóbrega/Pr/Divulgação)
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Por Igor Carvalho, do Brasil de Fato -Em 23 de agosto de 2018, dois meses antes de vencer a eleição à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), em agenda de campanha em Araçatuba, interior de São Paulo, disse que “esse Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tem que ser rasgado e jogado na latrina”. Três anos depois, Bolsonaro mantém-se absolutamente fiel ao desprezo pela infância brasileira, utilizando crianças para fazer apologia à violência e ao uso de armas.

Para Ariel de Castro Alves, advogado especialista em Direitos Humanos e membro do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o presidente Bolsonaro “é um inimigo dos direitos da infância e da juventude e o governo dele tem exatamente se destacado por isso”.

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Entre os exemplos elencados por Castro Alves, está a tentativa de extinguir o Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) e a paralisação de programas voltados a essa área, que eram antes responsabilidades do Ministério dos Direitos Humanos.

Alves lembra que o presidente deixa de oferecer às crianças brasileiras reparações por mazelas do país. O advogado lembra do recente estudo da Revista The Lancet aponta que a crise sanitária de covid-19 deixou 130 mil órfãos no Brasil.

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“Até agora o governo não lançou nenhuma iniciativa voltada sequer a realizar um mapeamento sobre os órfãos da pandemia e nenhuma iniciativa de pensão por morte, de acolhimento ou proteção dessas crianças e adolescentes”, afirma.

Relembre cinco vezes em que Bolsonaro fez apologia à violência usando crianças:

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30 de setembro de 2021

Em Belo Horizonte (MG), Bolsonaro cumpria agenda para a inauguração das obras de um centro de vacinas, quando solicitou que os seguranças franqueassem a entrada no palco de uma criança fardada de policial e armada.

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Em determinado momento, Bolsonaro pegou a arma das mãos do menino e simulou atirar. Em seguida, pediu que a criança fizesse flexões no palco. A postura do presidente foi repreendida pelo Comitê dos Direitos das Crianças da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em nota, a entidade afirmou que “desaprova, nos termos mais eloquentes, o uso que o presidente [Jair] Bolsonaro faz de crianças, vestidas em roupas militares, segurando o que parece ser uma arma, para promover sua agenda política, o que ocorreu pela última vez em 30 de setembro de 2021.”

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A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também se manifestou. “Não se trata de uma discussão ideológica ou sobre a liberdade da posse, ou não, de arma pelos adultos. O que está em jogo é a vida e a integridade física e emocional de milhares de crianças e adolescentes. Por isso, os pediatras conclamam as autoridades para uma profunda reflexão sobre os efeitos destas ações de mídia e de marketing.”

23 de abril de 2021

Cumprimentando seguidores em uma manifestação pró-governo, Bolsonaro parou diante de uma criança fardada e com um fuzil de brinquedo na mão e ordenou ao menino: “aponta aí”. O pedido foi atendido e o presidente pegou a criança no colo.

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A cena ocorreu durante a inauguração do Pavilhão de Feiras e Exposições do Centro de Convenções do Amazonas, em Manaus. A criança fardada é filha de um soldado do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Mais tarde, o menino, com sua arma de brinquedo, posou para fotos com os demais policiais perfilados.

11 de outubro de 2019

Durante a solenidade de formatura dos sargentos da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PM-SP), no Anhembi, zona norte da capital paulista, Bolsonaro pegou no colo uma criança fardada e com uma pistola de brinquedo nas mãos.

Quando a criança apontou o objeto para o alto, como quem fosse dar um tiro, o presidente fez um sinal de positivo com a mão. Na época, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), emitiu uma nota culpando a segurança de Bolsonaro pelo episódio.

23 de agosto de 2018

Visitando Glicério (SP), município em que nasceu, Bolsonaro concedeu uma entrevista coletiva. Aos jornalistas, o então candidato à presidência da República afirmou que seus três filhos, Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro, atiram com munição de verdade desde os cinco anos de idade.

“A arma é inerente à defesa da sua vida e à liberdade de um país. Meus filhos todos atiraram com cinco anos de idade, real, não é de ficção nem de espoleta não, tá ok?”, informou Bolsonaro.

Mais tarde, no Twitter, publicou um vídeo em que os filhos aparecem simulando um treinamento militar e, fazendo armas com as mãos ou com pedaços de madeira nas mãos, atiram.

“Não há nada de errado em ensinar valores e disciplina aos nossos filhos, pelo contrário, é fundamental e edificante. A bronca de parte da imprensa agora é que não vesti meus filhos de menina, nem incentivei o ensino de sexo para crianças na escola”, escreveu Bolsonaro no Twitter.

20 de julho de 2018

Bolsonaro chocou parte do país quando, durante a campanha à presidência da República, em Goiânia (GO), ensinou uma criança, que estava em seu colo, como fazer o gesto de arma com as mãos.

O presidente estava em cima de um carro de som quando pegou a menina no colo. Após a polêmica, o deputado federal delegado Waldir (PSL-GO), tentou explicar a cena e piorou. “Tem que fazer a distinção. Para as pessoas de bem (o gesto) é coragem, honestidade, ser patriota. Mas para o bandido pode ser uma arma.”

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