Congresso, às moscas, já vive 'feriadão' de dez dias

Rodolfo Borges_247 - É costume, sempre foi assim e os políticos não veem porque mudar. Sob o pretexto de acompanhar as festas juninas em seus estados, os deputados e senadores estipularam para si mesmos uma trégua na semana do feriado de Corpus Christi. Resultado: nenhum tema de relevância é levado a votação – e os políticos, que na prática deixaram Brasília na sexta-feira 17, só voltarão na noite da segunda 27. Uma super folga, e antes mesmo que se completasse o primeiro semestre da primeira legislatura 2011-2012.

Nem mesmo a definitiva aprovação do polêmico Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que tira a transparência da prestação de contas sobre as obras da Copa do Mundo 2014, foi capaz de apressar as coisas na Câmara. No Senado, o risco de o governo não conseguir aprovar a Medida Provisória 526/11 – que aumenta a capacidade de financiamento do BNDES -- também é enorme. Os senadores, afinal, não deverão ficar atrás dos deputados no aproveitamento do folgão.A Câmara aprovou o RDC na semana passada, mas o regime ainda corre o risco de ser reprovado, caso os deputados aprovem o destaque apresentado pela oposição que propõe o cancelamento da aprovação. A votação dos oito destaques já está prevista, porém, para o dia 28 de junho e foi marcada na quarta-feira passada. Ou seja, os políticos desconsideraram previamente a existência da atual semana, cujos dias úteis vão de hoje 20, até a sexta 24 de junho, excetuando-se, apenas, o feriado que cai na quinta 23. Para eles, trabalho que é bom, só mesmo na semana que vem. Os itens mais importantes da pauta da Câmara são três projetos que consolidam a legislação das áreas de Saúde, Assistência Social e Previdência. Istoé, assuntos sem grandes implicações.

No Senado, a MP 526/11 só deve mesmo ser apreciada depois que os festejos de São João passarem. O assunto é de grande interesse do governo, mas como não vale a pena tratar de um tema tão importante como a ampliação da capacidade do BNDES sem a certeza de que toda a base governista estará reunida para aprovar a medida, esse é mais um motivo para adiar o trabalho. Pausa também nas discussões sobre o Código Florestal, cujo texto foi encaminhado ao Senado depois de passar com muito barulho pela Câmara. O fundamental mesmo, como se vê, é curtir.