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CPI do Cachoeira: o joio e o trigo

Toda CPI é cercada de uma margem imensa de imponderabilidade, sobretudo quando o objetivo de sua apreciação envolve personagens e instituições de grande importância política

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Toda CPI é cercada de uma margem imensa de imponderabilidade, sobretudo quando o objetivo de sua apreciação envolve personagens e instituições de grande importância política. Caso da chamada CPI do Cachoeira, que de pronto põe no foco um senador da República que até dias atrás era enaltecido pela grande mídia oposicionista como arauto da probidade e da ética – Demóstenes Torres, ex-DEM –, agora mergulhado em lama, uma grande empresa detentora de contratos milionários em obras de infraestrutura nas três esferas federativas e o submundo da contravenção e da chantagem.

A imponderabilidade agora está diretamente associada ao ambiente político marcado por gritante desequilíbrio entre o governo e sua base de sustentação parlamentar, partidária e social, fortíssima, versus a oposição decadente, desidratada, anêmica, perdida. De quebra, uma mídia sequiosa de encontrar brechas por onde possa atacar o governo e colocar uma bandeira nas mãos hesitantes da oposição.

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A própria mídia, a revista Veja em especial, vê-se envolvida nos escandalosos acontecimentos relacionados com a ação do contraventor Carlinhos Cachoeira, seu sócio senador Demóstenes Torres e arapongas a serviço de ambos. Estes municiavam de denúncias plantadas o chefe da sucursal da revista em Brasília, Policarpo Junior, que produzia matérias fantasiosas, ao melhor estilo da imprensa marrom. Deveria ser investigado, o jornalista, tanto quanto a dupla Cachoeira-Demóstenes – e possivelmente será, desde que a maioria dos componentes da CPI não se iniba diante do poder de fogo dos Civita.

O fato é que a partir do núcleo inicial de denúncias apoiadas na divulgação de trechos comprometedores de conversações entre os principais personagens das ações corruptoras, é possível desenrolar um novelo que, tal como o fio de Ariadne, pode deslindar a trama entre os que se constituíram como quadrilha e seu parceiro operador de diatribes da Veja.

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Mais gente pode ser arrastada pelo tsunami? Sim, desde que se separe o joio e o trigo e se chegue à verdade dos fatos. A dificuldade está justamente na batalha política que se instala no âmbito da CPI, com o inevitável e bastante conhecido expediente da profusão de requerimentos para a escuta deste ou daquele personagem, haja ou não indícios reais de comprometimento, para que na onda de poeira que assim se forma, o diversionismo ocupe o lugar da investigação objetiva.

Desse modo, a guerra se dará em dois campos de batalha paralelos e articulados entre si: o parlamento e a mídia. Ao leitor, telespectador, ouvinte, internauta... restará afiar a sua capacidade de discernimento para escoimar as informações do invólucro que confunde e captar a essência que esclarece.

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Luciano Siqueira é deputado estadual pelo PCdoB em Pernambuco

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