CPI não fez "grandes avanços", admite Vital

247 – O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI do Cachoeira, admitiu, em entrevista ao portal IG, o que todo mundo já percebeu: um mês depois de instalada, a comissão de inquérito praticamente não saiu do lugar. "Não podemos falar em grandes avanços", disse o parlamentar, que prometeu avançar "a partir de agora, quando vamos receber os sigilos, fiscal, telefônicos e as quebras de sigilo de toras as empresas que funcionavam no esquema".

"Temos de imaginar que o primeiro mês é um mês de conhecimento e (de) pisar melhor no terreno", explicou-se o senador, segundo quem "toda CPI tem um curso complicado no início". "Essa já começa com o trem andando", acrescentou, aludindo ao fato de a comissão ter sido criada a partir de operações da Polícia Federal.

Sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que adiou o depoimento do bicheiro Carlinhos Cachoeira, na semana passada, o presidente da CPI disse que "poder haver chuva de habeas corpus (que) não vamos tutelar a defesa de ninguém". O STF julga, nesta segunda-feira, mais um recurso que pode adiar por uma segunda vez o depoimento de Cachoeira, previsto para esta terça-feira.

Imprensa

Questionado pelo IG se a imprensa será alvo de investigação, o presidente da CPI disse que a mídia "vai ser questionada". "Não vejo por que censurar com os elementos que se dispõe. Até agora não há posições para gerar tipificação penal", destacou. "Mas existe um contencioso que a CPI vai discutir", acrescentou.

O peemedebista confessou ainda que quase ficou de fora do comando da CPI. "Tinha outros planos. Queria focar no trabalho de plenário e em comissões", lembrou Vital, que está em mandato de estreia como senador. "A CPI foi um fato novo na minha vida, que hoje toma 19h do meu dia. Confesso que hesitei (em aceitar o convite para presidir a comissão)".