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Delator da JBS relata pressão para ajudar Temer

Um delator da JBS, o advogado Francisco de Assis e Silva, disse à Polícia Federal que foi pressionado a fechar um acordo judicial envolvendo uma das empresas do grupo para ajudar financeiramente Michel Temer; de acordo com o depoimento, foi José Yunes, amigo há décadas do emedebista, quem insistiu para que o negócio fosse acertado 

Delator da JBS relata pressão para ajudar Temer (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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247 - Um delator da JBS, o advogado Francisco de Assis e Silva, disse à Polícia Federal que foi pressionado a fechar um acordo judicial envolvendo uma das empresas do grupo para ajudar financeiramente Michel Temer.

De acordo com o depoimento, foi José Yunes, amigo há décadas do emedebista, quem insistiu para que o negócio fosse acertado e fez intermediação para outro advogado, Paulo Henrique Lucon, que estava na causa em questão.

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Lucon foi nomeado por Temer para integrar a Comissão de Ética Pública da Presidência em março deste ano.

O episódio da pressão, segundo o executivo da JBS, ocorreu em junho de 2015, relata a repórter Camila Mattoso.

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Yunes foi assessor especial de seu governo até 2016, quando foi citado na delação da Odebrecht, como intermediário de pacote com R$ 1 milhão que conteria dinheiro para campanhas do PMDB.

Segundo a versão levada à PF, Temer receberia uma parte dos honorários da causa.

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"Em junho de 2015, Paulo Lucon propôs ao depoente para que colassem termo final em relação aos honorários de uma ação privada envolvendo a empresa Bertin, adquirida pela JBS, e a empresa Basf, na qual Paulo Lucon possuía honorários que, segundo ele, totalizavam R$ 60 milhões, ocasião em que o depoente informou para Lucon que de forma alguma teria interesse em realizar tal acordo uma vez que entendia que a causa seria ganha pela JBS", disse Assis e Silva à PF. O depoimento é de 23 de maio deste ano.

"Que, então, Yunes insistiu com o depoente para que repensasse sobre tal acordo com Lucon, uma vez que o então vice-presidente Michel Temer teria participação nos honorários que Lucon pleiteava na causa", completou.

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O advogado da JBS afirmou desconhecer a relação comercial entre Lucon, Yunes e Temer. O caso não entrou na colaboração premiada da empresa. O depoimento de Assis e Silva aconteceu em meio à investigação da participação do ex-procurador Marcello Miller na delação.

O executivo afirmou à PF que não delatou o episódio por achar que era uma questão de "âmbito privado, sem ocorrência de ilícitos". Segundo o advogado, Yunes procurou primeiro Joesley Batista, dono da JBS.

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"Que depois indagou Joesley sobre o encontro, ao que foi informado por Joesley que o pedido partiu direto de Yunes para que fosse atendido por alguém de jurídico".

Yunes disse que "exerce a advocacia de forma ética há mais de 50 anos e jamais utilizou influência política em seu trabalho". Para o ex-assessor de Temer, a "acusação do delator é falsa e representa mais uma ilegalidade na questionável delação da JBS". Em nota, o Planalto afirmou que "o presidente não teve qualquer participação neste processo e desconhece essa ação".

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Paulo Lucon disse que "nunca houve qualquer tipo de pressão para ser feito acordo" e afirmou que a declaração do delator é "mentira". Lucon disse ainda que Yunes agiu como advogado, e que, na qualidade de mediador, atuou na tentativa de solucionar o conflito dentro da legalidade.

Amigo de Temer há mais de 30 anos, tendo atuado como consultor do presidente em ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Lucon disse que a mediação não chegou a ocorrer porque a JBS se recusou a pagar seus débitos que foram seguidas vezes reconhecidos pela Justiça.

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