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      'Desafio da democracia exige projeto de país como o de Lula'

      Declaração é do ex-presidente da Espanha Felipe González, que participa hoje da conferência "Novos desafios da democracia" na sede do Instituto Lula, em São Paulo; ele destacou "a integração dos marginais e a eliminação da pobreza" na última década e acrescentou que um bom exemplo de ação está no Brasil: "para resolver o desafio da democracia é preciso fazer como fez Lula, criar um projeto de país que seja para todos"

      Declaração é do ex-presidente da Espanha Felipe González, que participa hoje da conferência "Novos desafios da democracia" na sede do Instituto Lula, em São Paulo; ele destacou "a integração dos marginais e a eliminação da pobreza" na última década e acrescentou que um bom exemplo de ação está no Brasil: "para resolver o desafio da democracia é preciso fazer como fez Lula, criar um projeto de país que seja para todos" (Foto: Gisele Federicce)
      Gisele Federicce avatar
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      247 – O ex-presidente do governo espanhol Felipe González elogiou, nesta segunda-feira 22, as ações do ex-presidente Lula em favor da democracia. "Para resolver o desafio da democracia é preciso fazer como fez Lula, criar um projeto de país que seja para todos", disse, em discurso na sede do Instituto Lula, em São Paulo, durante a conferência "Novos desafios da democracia".

      González iniciou sua palestra dizendo que "acredita no diálogo". "Só há um procedimento possível para saber quais são nossas diferenças e nossas convergências: tentar entender o outro", ressaltou, acrescentando ter "mais perguntas do que respostas", mas que é "mais importante ter uma boa pergunta", "porque ela gera um bom debate".

      De acordo com o ex-presidente espanhol, o diálogo amplo resolverá problemas na Venezuela. "Lula governou sem maioria parlamentar, com negociação em muitas frentes", disse. Segundo ele, a crise que a democracia vem enfrentando nos últimos anos "tem raízes profundas".

      Para entender o momento atual é necessário compreender a globalização, que "alterou a noção territorial e de cidadania em todo o mundo, e é um fenômeno sem volta". "Pela primeira vez se pode fazer comunicação em tempo real", observou, e isso ajudou a "universalizar fenômenos sociais, econômicos e políticos para os quais não temos resposta".

      Uma das consequências dessas mudanças, disse, é que a "economia global se 'financeirizou' e se descolou da economia real". Isso produz desigualdade na divisão de renda, mesmo quando se diminui a pobreza e a marginalidade em termos reais.

      "A economia da globalização dá prioridade aos fluxos financeiros e distribui mal a renda, tanto quando há crescimento ou quanto quando há arrocho", analisou. "Nunca aceitei e aceitarei uma sociedade de mercado, na qual o ser humano, o cidadão, seja uma mercadoria", criticou.

      Outra mudança na última década, segundo González, foi "a integração dos marginais e a eliminação da pobreza, que geram novos e apaixonantes fenômenos de cidadania". Para ele, um bom exemplo de ação está no Brasil: "para resolver o desafio da democracia é preciso fazer como fez Lula, criar um projeto de país que seja para todos", disse.

      Falando especificamente sobre a Europa, afirmou que "os fluxos migratórios são necessários para a sobrevivência" do continente, apesar da xenofobia crescente em diversos países. Chamou as medidas de austeridade adotadas pelos governos locais de "austericídio": "Depois de cinco anos, não se reconhece que essa política está errada".

      Apesar de apontar os diversos problemas enfrentados pelos europeus e pelo mundo, González lembrou que "ainda não se inventou nada que substitui a democracia representativa". Sugeriu que melhorias podem vir da melhoria da governança. "Os governos têm de ser previsíveis na tomada de decisões. Além disso, têm de ser eficientes e transparentes". E como equacionar os desafios políticos, econômicos e sociais da integração global? "Para inserir-se na economia global, é necessário ser competitivo, com boa produtividade e boa incorporação tecnológica".

      Isso não significa, porém, se esquecer da dignificação do trabalho e dos salários, afirmou. "Na Espanha, tudo o que fizemos [com as medidas de austeridade] foi diminuir o emprego e deflacionar os salários". Ele acrescentou: "Temos que melhorar a produtividade e o capital humano. Só podemos redistribuir a renda se tivermos excedente econômico. Se cai nossa capacidade de produzir, cai nossa capacidade de distribuir a renda".

      Isso só ocorrerá investindo em educação, ressaltou. "Quanto mais formação tiver o povo, mais fácil será aumentar a produtividade e a competitividade do sistema. Não se trata mais de fazer esforço físico. Estamos numa sociedade do conhecimento".

      Com Instituto Lula

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