Destino de Demóstenes passa por Sarney e Renan

247 – Está nas mãos do PMDB – sempre ele! – o destino político do senador Demóstenes Torres (PMDB-GO). O partido tem a primazia de indicar, em razão de acordo com as demais agremiações, o novo presidente do Conselho de Ética do Senado, em substituição ao interno Jayme Campos (DEM-TO). E, dentro do PMDB, a escolha do novo nome passa, diretamente, pela dupla José Sarney (AP), presidente do Senado, e o líder da bancada, Renan Calheiros (AL). O nome do senador Wellington Dias (PT-PI) foi oferecido a Renan, mas ele preferiu, desde ontem, fazer suas próprias consultas ao PMDB.

Na manhã desta segunda-feira 9, chegou-se ao nome do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Não se sabe, porém, qual posição ele deve assumir frente ao caso Demóstenes, que estará, necessariamente, na pauta da Comissão de Ética amanhã. O PSOL entrou com representação contra o senador por quebra de decoro parlamentar, em razão de suas ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Os senadores peemedebistas Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcellos (PE) já declaram publicamente que a situação de Demóstenes e insustentável e não há outro caminho, para ele, a não ser o da cassação do mandato. Não se conhece ainda, porém, nenhuma palavra de Sarney e Renan a respeito do mesmo tema. O líder do partido, especialmente, tem um histórico de conciliação e ações contrárias aos movimentos da opinião pública. Ainda no governo Fernando Henrique, quando os senadores Antônio Carlos Magalhães e Jader Barbalho se chocaram em meio a uma pesada troca de acusações, e havia defensores da abertura de uma CPI para investigar as denúncias trocadas, ele optou pela conciliação, aproximando as partes e evitando a instalação da comissão. Os tempos mudaram, mas talvez, para Renan, nem tanto assim.