Dilma e Temer, os bons companheiros

Evam Sena_247, em Brasília – Foi ao ar hoje, às 20h30, em rede nacional de rádio e TV, propaganda de 10 minutos do PMDB, em que a legenda do vice-presidente da República se mostra mais próxima como nunca do governo petista. É a primeira vez desde que tomou posse, que a presidente Dilma Rousseff aparecerá no programa peemedebista, que também terá depoimento do ex-presidente Lula e desejos de melhoras no tratamento contra o câncer.

No vídeo, apresentado pelo ator Milton Gonçalves, filiado ao PMDB, a legenda fala em governo Dilma e Temer e se diz co-responsável por conquistas do governo Lula, como o ingresso de “40 milhões de brasileiros na classe média”, como fala o presidente do partido, senador Valdir Raupp. São ao todo 13 peemedebistas que falam no programa partidário, entre eles o presidente do Senado, José Sarney (AP); o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR); o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN) e a governadora do Maranhão, Roseana Sarney.

“Já deu para sentir de forma clara o estilo da presidenta Dilma e o jeito Michel Temer de ser. Moderação, seriedade, compromisso com o desenvolvimento e com as causas sociais são as principais marcas deste governo”, fala Henrique Alves. Colando-se no governo, o PMDB tenta afasta-se da pecha de fisiologista e corrupto. Dos cinco ministros afastados por corrupção no governo Dilma, dois são peemedebistas. Nenhum ministro do partido fala durante a propaganda.

O depoimento de Lula, gravado em junho deste ano, ainda com barba e cabelo, é uma homenagem, como afirma Milton Gonçalves. “Estou convencido que a presidenta Dilma e o vice Temer, o PT e o PMDB, construirão uma aliança ainda mais forte, que produzirá muitos frutos para o povo brasileiro. Boa sorte companheiros. E que Deus nos abençoe”, afirma o ex-presidente. Logo em seguida, o apresentador afirma: “o PMDB e o Brasil têm um só desejo: que você, Lula, com a ajuda de Deus, tenha uma breve e plena recuperação. E fique tranquilo, porque você sabe: o trabalho continua”.

Cogitada para não aparecer no programa, Dilma acabou entrando, com a reprodução de um discurso. “O PMDB é um parceiro fundamental do meu governo. Nossa parceria se fortalece no relacionamento profícuo e de confiança que eu tenho com meu vice-presidente Michel temer”, diz a presidente.

Lançado em plano nacional, o pré-candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo, deputado Gabriel Chalita, fala sobre a maior capital brasileira. “Como presidente do PMDB de São Paulo, sinto que tenho um compromisso com esses brasileiros que ajudam a fazer uma São Paulo”, afirma.

Com afagos do PMDB a Dilma e Lula e o depoimentos dos dois petistas retribuindo o gesto, o PMDB tenta mostra-se parte do governo, enquanto no Congresso, o casamento não anda tão bem assim. Embora a poeira tenha abaixado, com a liberação de verbas para emendas de deputados, pequenos gestos mostram falta de sintonia do PMDB com o governo.

Um exemplo é a interpretação do Planalto de que Romero Jucá tenha feito corpo mole na terça-feira, deixando com que a sessão do Senado fosse encerrada sem a leitura da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a DRU (Desvinculação das Receitas da União), que havia acabado de ser aprova na Câmara e deve ser votada até 22 de dezembro.