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Poder

Dois partidos fracos, fundidos, formam 1 forte?

FHC admite que existem propostas pela fuso do PSDB com o DEM; Z Agripino diz que "tese que FHC esposa merece ser debatida"; partidos enfrentam grave crise na oposio; tucanos perdem quadros em SP, democratas sucumbem ao PSD

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247_ Dois partidos fracos podem formar, fundidos, um forte? Está pergunta ronda a cabeça dos principais líderes do PSDB e do DEM. “Existem propostas neste sentido”, admitiu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na sede do Instituto FHC, em São Paulo, na terça 26. “A tese esposada por FHC merece ser discutida”, fez eco o presidente do DEM, José Agripino. Está dada a largada para a fusão entre os dois partidos que compartilharam o poder federal entre 1995 e 2002.

“Não sei qual é a tendência, se vai haver fusão ou não”, completou Fernando Henrique, que, agora, com a declaração de Agripino, já sabe que a tendência da união cresceu . Depois de recepcionar um debate com opositores do governo de Hugo Chávez, da Venezuela, do qual não participou diretamente, FHC ainda pregou, ao seu modo, a união dos tucanos. “Faço até mesmo um apelo: não é o momento de ampliar divisões”, disse.

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Neste momento, o PSDB sangra a olhos vistos em seu principal reduto. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, desenvolve uma política de enfrentamento com o partido, cujos quadros mal têm sido contemplados com cargos na máquina administrativa, que provoca defecções. Seis vereadores e o ex-deputado Walter Feldman saíram nos últimos dias. O filho do fundador Franco Montoro, em cujo governo se montou a espinha dorsal do partido dos tucanos, Ricardo Montoro também ameaça ir embora. Se essa é uma defecção emblemática, há outra central. O ex-tesoureiro José Henrique Reis Lobo, que cuidou da arrecadação e gastos das campanhas de Alckmin e José Serra e tornou-se, na prática, a ponte de diálogo entre eles, também já emite sinais que deve deixar a legenda. No Palácio dos Bandeirantes, se atribui ao ex-governador José Serra forte influência nesses movimentos e, também, no ganho de consistência do PSD montado pelo prefeito Gilberto Kassab, que amealha quadros tanto no PSDB como no DEM. Alckmin e Serra, que jamais se deram bem, nunca estiveram tão distantes como agora.

À sua maneira, Alckmin até contribui para o projeto de fusão entre o PSDB e o que resta do DEM. Se com uma das mãos ele está depurando o PSDB, com a outra leva o partido a, na prática, encampar o DEM. Junto de seus aliados, o governador anunciou plano de lançar candidatos tucanos e democratas a prefeito, em 2012, em todas as 625 prefeituras do Estado. Alckmin tem feito questão de assumir para seu grupo todos os cargos importantes nos diretórios tucanos. Nos muitos golpes trocados na luta interna, este é um dos que mais machuca os adversários serristas. No comando da máquina, Alckmin e os seus irão dizer quem pode e quem não pode sair candidato, administrar tempos de tevê e verbas partidárias. A recompensa é boa, mas a política de Alckmin é vista como altamente arriscada, pela verdadeira ira que vai despertando entre os derrotados de agora.

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Do ponto de vista estratégico, os tucanos estão rachados de alto a baixo. Enquanto Fernando Henrique defende, em manifesto, que o partido pratique oposição ao governo federal, em São Paulo e Minas, onde é poder, o PSDB francamente se alinha à administração federal de Dilma Rousseff. Em busca de verbas para obras como a do Rodoanel, Alckmin faz constantes declarações de afago ao governo. Antonio Anastasia, nas montanhas de Minas, faz também o que se esperava de um governador mineiro: composição com o poder. Dilma foi sua principal convidada para as comemorações da Inconfidência. O presidenciável tucano Aécio Neves não foi. Ele, literalmente, perdeu pontos na carteira política ao ter sido flagrado na blitz da lei seca, no Rio. Seu afastamento de Anastasia tende a aumentar.

Para o DEM, a ideia de uma fusão com o PSDB parece ser a única alternativa ao simples fim da legenda. O partido tem sido levado a reconhecer que perdeu sua razão de existir, ao não conseguir mais prover seus quadros de cargos públicos como fazia no passado. Os democratas estão passando recibo de sua míngua. Por uma simples Secretaria de Estado em São Paulo, o presidente nacional da legenda, José Agripino, e o ex-vice presidente Marco Maciel se desabalaram do Nordeste para o Palácio dos Bandeirantes. Antes, o líder ACM Neto já passara por lá para pedir a Alckmin o quinhão perdido com a saída do vice-governador Guilherme Afif do DEM para o PSD. Eles são o que restou da antiga tropa de choque do PFL, que fazia e acontecia no mundo das nomeações durante o governo tucano. Pelo ângulo ideológico, o PSDB nunca mais falou em social-democracia, assim como o DEM baixou a bandeira do liberalismo. A crise de identidade é profunda.

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Enquanto, em meio à sua maior crise, o PSDB já fala em fusão com o DEM, no dia a dia o partido sofre golpes emblemáticos. À coluna Monica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, o filho do ex-governador e fundador do PSDB Franco Montoro, Ricardo, manifestou dúvidas pra lá de existenciais sobre se deve permanecer ou não no partido. “Evidentemente não estamos confortáveis no PSDB”, afirmou Montorinho. “Sentimos falta de conversa e democracia”. Ele foi adiante, reclamando sentir-se isolado. “Não sou chamado para reuniões e conversas, para me opor ou para conversar”. O que poderia ser visto como xororô político é, na verdade, uma crítica dura à postura do governador Geraldo Alckmin, que vai-se fechando em torno de um núcleo duro de governo – a chamada República de Pinda – e dá as costas aos tucanos mais emplumados.

Na terça-feira 26, aconselhado pelo presidente nacional do DEM, José Agripino Maia, e pelo ex-vice-presidente Marco Maciel, que estiveram no Palácio dos Bandeirantes para uma longa reunião, Alckmin resolveu tirar o vice Guilherme Afif Domingos da secretária de Desenvolvimento Econômico e colocar o deputado Rodrigo Garcia, do DEM, como secretário de Desenvolvimento Social.

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