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Economia estagnada é maior ameaça a Dilma

No primeiro ano, a presidente soube lidar com os escndalos e, ao demitir ministros acusados de corrupo, ampliou sua popularidade; o jogo mais duro, no entanto, comea agora, com uma economia que j apresenta sinais claros de retrao

Economia estagnada é maior ameaça a Dilma (Foto: DIDA SAMPAIO/AGÊNCIA ESTADO)

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247 – Dias atrás, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com o vice Michel Temer e procedeu a uma saudável divisão de tarefas. Da economia, cuida ela. Da política, cuida ele. No primeiro ano de gestão, o governo Dilma enfrentou problemas sérios na área política. Sete ministros foram demitidos e, em vários casos, partidos da base aliada, como o PP, o PDT e o PC do B, ameaçaram romper com o governo. No fim, tudo continuou como estava, com a acomodação dos interesses partidários. E a “faxina ética” contribuiu até para que a popularidade da presidente Dilma aumentasse e chegasse a 70% de aprovação. De acordo com cientistas políticos, o que se enxerga é uma mulher forte, que estaria colocando ordem na casa.

No entanto, o grande desafio para a presidente Dilma virá no seu segundo ano de governo – e ele passa justamente pela economia. Até agora, o Brasil, com reservas de US$ 350 bilhões, resistiu bem à crise. Enquanto a Europa é ameaça de rebaixamento, agências de rating elevaram a nota brasileira. Mas, com os dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira, já fica claro que há sinais preocupantes de estagnação econômica. No terceiro trimestre, o PIB brasileiro praticamente não cresceu em relação ao anterior. E 2012 promete ser um ano mais difícil do que foi 2011.

No terceiro trimestre, em relação ao segundo, os setores que tiveram os piores desempenhos foram a indústria, com queda de 0,9%, e serviços, com recuo de 0,3%. O destaque positivo ficou com a agropecuária, que cresceu 3,2%. "Setores importantes para a economia tiveram uma queda grande, como os automóveis, os têxteis e produtos químicos”, disse Rebeca de La Rocque Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do instituto.

Resposta no consumo

Ao que tudo indica, a reação do governo à crise que se avizinha será semelhante ao que se fez em 2008, quando o governo ampliou estímulos ao consumo. Na semana passada, Dilma reduziu o IPI de vários setores industriais e reduziu a oferta de crédito por meio de instituições oficiais, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

Na noite desta terça-feira, quando receberá o título de “Brasileira do Ano”, da revista Istoé, diante de uma plateia de grandes empresários, Dilma levará um discurso pronto, com foco na economia. O que ela pretende é despertar o chamado “espírito animal” dos empresários para que voltem a investir. Até porque outro dado preocupante foi a taxa de investimentos, que ficou em 20% do PIB. No mesmo período de 2010, a taxa ficara em 20,5%. A taxa de poupança ficou em 18,8% no terceiro trimestre de 2011, contra 19,6% no mesmo trimestre de 2010. "É a menor taxa de Formação Bruta de Capital Fixo desde o terceiro trimestre de 2009, quando houve uma queda de 9%. Um dos motivos é o aumento da taxa Selic”, afirmou Rebeca.

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