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    Em Brasília, o prometido para 2011 vira proposta para 2012

    Unidades de Pronto Atendimento fechadas, escolas sem reforma e altos ndices de violncia so problemas no solucionados; primeiro ano de gesto foi prejudicado por herana maldita, justifica o governador Agnelo Queiroz

    Em Brasília, o prometido para 2011 vira proposta para 2012 (Foto: Andressa Anholete / 247 e Wilson Dias / ABr)

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    Noelle Oliveira_247 – Dezembro chegou e o ano de 2011 ficou aquém do que o governo do Distrito Federal planejava e do que o governador Agnelo Queiroz prometeu. Um dos compromissos mais repetidos pelo petista durante todo o período eleitoral não foi cumprido: Agnelo não assumiu o cargo de secretário de Saúde nos primeiros três meses da gestão e muito menos conseguiu colocar o setor em ordem. O atual dirigente da pasta, Rafael Barbosa, foi um dos primeiros nomes escolhidos para assumir uma função na atual gestão. Um gabinete de crise foi montado para cuidar do setor, comandado pelo próprio governador, mas, após visitas semanais de comitivas por hospitais, as reclamações permanecem.

    Umas das promessas de campanha, a construção de dez Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o funcionamento de outras quatro nos cem primeiros dias de governo, não se concretizou. A promessa agora é para 2012. Segundo Agnelo, quatro UPAs estarão em funcionamento no começo do próximo ano e outras dez até o final. Atualmente, apenas a UPA de Samambaia está aberta ao público. Três outras unidades deveriam ter entrado em operação – Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante e São Sebastião. Elas permanecem fechadas, segundo a Secretaria de Saúde, por problemas de formato de organização. Um deles é a falta de profissionais. O governo nomeou quatro mil servidores para a saúde este ano, mas não foi suficiente. “Até o fim de 2012 tenho certeza que a população perceberá mudança de qualidade”, afirmou o governador em entrevista ao jornal Correio Braziliense, esta semana.

    Agnelo prometeu contratar mil policiais militares em cada um dos quatro anos de governo. A promessa foi cumprida em 2011, com a formação de efetivo. Mas os índices de violência, por sua vez, aumentaram. Dados da Polícia Civil do DF mostram que os casos de latrocínio (roubo seguido de morte) na unidade da Federação tiveram um acréscimo de 33,3% nos 11 primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2010. Foram 52 casos registrados de janeiro até terça (29), contra 39 no mesmo período do ano passado.

    Também houve incremento no número de homicídios, de 611 para 674 (10,3%). A ideia de um policiamento inteligente, defendido em comícios, não foi aplicada. Os postos comunitários de segurança da Polícia Militar deixaram de ganhar novas e eficientes funções. O governador enfrentou uma greve da Polícia Civil de mais de um mês de duração. A categoria exige, justamente, o cumprimento de promessas de campanha, como plano de saúde subsidiado, progressão funcional, aumento no quadro da corporação e reestruturação da carreira policial.

    Agnelo se defende. “Esse foi um ano muito difícil porque pegamos o governo em uma situação dramática, nem a nossa população sabe ao certo o que recebemos”, afirmou o governador. O governo investiu R$ 40 milhões em equipamentos para órgãos de segurança pública.

    No transporte público, a nova gestão conseguiu aprovar na Câmara Legislativa um projeto antigo, o Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU). A iniciativa vai render ao governo mais de R$ 2 bilhões em investimentos federais. As propostas de mobilidade e infraestrutura – como corredores de ônibus e controle dos horários e itinerários das linhas do sistema coletivo – por sua vez, ficaram para trás. O governo promete que, até o fim de 2011, será publicado o edital para a aquisição de aparelhos GPSs para instalação nos coletivos. Também prepara um edital para licitação de linhas de ônibus.

    Para a educação, a meta era zerar o analfabetismo até a Copa do Mundo, em 2014. A ideia ainda não começou a caminhar. Ela passa pela necessidade de transformar os centros de ensino públicos em escolas de tempo integral. Nem mesmo as reformas físicas das estruturas condenadas pelo Ministério Público, no entanto, foram concluídas. O governo do Distrito Federal não gastou metade do orçamento de R$ 80 milhões previstos para obras. Foram investidos R$ 35 milhões na manutenção dos centros de ensino. Com dinheiro em caixa, a secretaria afirmou que até o dia 10 de dezembro empenhará novos recursos para melhorias ainda este ano.

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