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Em derrota para Bolsonaro, STF mantém inquérito das fake news

Supremo Tribunal Federal formou nesta quarta-feira (17) maioria pela legalidade da portaria que instaurou o inquérito das fake news. Oito dos 11 ministros já votaram a favor da validade do inquérito. Julgamento será retomado nesta quinta

(Foto: Divulgação)
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Por André Richter, Agência Brasil - O Supremo Tribunal Federal (STF) formou hoje (17) maioria de oito votos a favor da legalidade do inquérito aberto pelo próprio tribunal para apurar a divulgação de notícias falsas e ameaças contra integrantes da Corte. Até o momento, nenhum ministro se manifestou contra a investigação. 

Com a decisão, as medidas de buscas e apreensões e quebras de sigilos realizadas contra empresários e acusados de financiar, difamar e ameaçar ministros pelas redes sociais também ficam validados. 

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Após a formação da maioria de votos, o julgamento foi suspenso e será retomado amanhã (18) para a tomada dos últimos votos, que serão proferidos pelos ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e Dias Toffoli. 

Desde a semana passada, o Supremo julga uma ação da Rede Sustentabilidade, protocolada no ano passado para contestar a forma de abertura da investigação, que não foi feita por iniciativa do Ministério Público ou pela polícia. 

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A abertura do inquérito foi feita em março de 2019. Na época, o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, defendeu a medida como forma de combater à veiculação de notícias falsas que atingem a honorabilidade e a segurança do STF, de seus membros e parentes. Segundo o presidente, que nomeou o ministro Alexandre de Moraes como relator do caso, a decisão pela abertura está amparada no regimento interno da Corte.

Votos 

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Até o momento, oito ministros seguiram o voto do relator, Edson Fachin, proferido na semana passada. Pelo entendimento de Fachin, houve omissão dos órgãos de controle, que não tomaram a iniciativa de investigar os ataques contra a independência do Poder Judiciário nas redes sociais. Dessa forma, segundo o ministro, o regimento interno pode ser aplicado como instrumento de defesa institucional. 

Fachin também estabeleceu parâmetros para a continuidade do inquérito. Pelos regras estabelecidas, a investigação deverá ser acompanhada pelo Ministério Público, os advogados dos investigados deverão ter acesso ao processo e o objeto do inquérito devem ser ameaças aos ministros, seus familiares, aos poderes constituídos, contra o estado de direito e contra a democracia. 

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O relator também definiu que não poderão ser alvo do inquérito matérias jornalísticas e manifestações pessoais nas redes sociais, desde que não façam parte de “esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais."

Fachin foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. 

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Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, que é relator do inquérito sobre as fake news, também votou pela legalidade da investigação. Segundo o ministro, ameaças aos ministros pelas redes sociais não podem ser reconhecidas como liberdade de expressão.

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Entre os casos de ameaças identificados, Moraes citou uma mensagem publicada em redes sociais por uma advogada, do Rio Grande do Sul, que dizia: “Que estuprem e matem as filhas dos ordinários ministros do STF”. Em outra mensagem lida por ele, a mesma pessoa indaga “quanto custa atirar à queima-roupa nas costas de cada filho da p* ministro do STF que queira acabar com a prisão em segunda instância.”

PGR e AGU 

Na quarta-feira (10), primeiro dia do julgamento, o procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu o prosseguimento do inquérito, mas com balizas para garantir a participação do Ministério Público.

O advogado-geral da União, José Levi do Amaral, também defendeu o prosseguimento do inquérito, desde que seja garantida a não criminalização da liberdade de expressão. 

Segundo Levi, as liberdades de expressão e de imprensa devem ser plenas nos meios tradicionais de comunicação e nas redes sociais, sejam os autores das mensagens jornalistas profissionais ou não. 

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