Ex-PGR critica atuação de Janot na Lava Jato
Antonio Fernando de Souza, que ofereceu a denúncia da Ação Penal 470 em 2006, enfatizou que na época "não houve divulgações parciais de nada"; o ex-procurador-geral da República reforçou o argumento de Eduardo Cunha de que as denúncias de Janot foram "escolhidas"; "O critério de aferição dos elementos probatórios não foi uniforme. Diante da mesma situação fática, diante dos mesmos fatos, houve uma valoração diferente. Agora, isso é o que foi constatado, entre o que se fez num pedido e se fez em outro", afirmou
247 - O ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza, que defende o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), no processo da Operação Lava Jato, criticou nesta segunda-feira, 8, a atuação do atual procurador-geral, Rodrigo Janot.
Souza, que ofereceu a denúncia contra 40 pessoas envolvidas na Ação Penal 470, o chamado "mensalão", em 2006, enfatizou que na época "não houve divulgações parciais de nada", argumento usado por seu cliente para criticar o atual procurador.
O ex-procurador diz não ver problema em defender Eduardo Cunha. "Eu hoje sou advogado, não sou mais membro do Ministério Público e eu honrei o Ministério Público durante os 34 anos em que passei lá, sendo absolutamente rigoroso em tudo que fiz", afirma. Ele voltou a criticar as "escolhas parciais" no oferecimento de denúncias, feitas por Rodrigo Janot, como no caso do ex-senador Delcídio Amaral (PT-MS).
"O critério de aferição dos elementos probatórios não foi uniforme. Diante da mesma situação fática, diante dos mesmos fatos, houve uma valoração diferente. Agora, isso é o que foi constatado, entre o que se fez num pedido e se fez em outro. Não é uma crítica injusta, é uma crítica baseada num elemento que está documentado e qualquer pessoa pode olhar e ver, que houve uma quebra daquela isonomia que tinha que haver naquele tratamento. Mas não estou advogando que abra um inquérito contra o Delcídio.
Antônio Fernando de Souza negou que o julgamento da Ação Penal 470 tenha sido um julgamento político. "O Supremo ficou confortável, diante desse conjunto de provas que foram apresentadas, para tomar as decisões que tomou. Então não houve julgamento político de ninguém, nem o Ministério Público quando ofereceu a denúncia teve essa preocupação política, nem o Supremo, creio eu com toda a segurança, considerando os pronunciamentos que ele tem em matéria penal, não teve nenhum problema. O grande equívoco é se falar que o Supremo condenou sem provas. Eles tinham carradas de provas sobre tudo que foi dito", afirmou.
Leia na íntegra a entrevista de Antônio Fernando de Souza.
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