Fernando Brito diz por que não crê em “arrancada” de Alckmin
Cita-se, para justificar esta expetativa de “arrancada” de Alckmin, "como exemplo a ascensão meteórica de João Dória, em 2016, que tinha, a esta altura, apenas um pouco mais do que Alckmin apresenta nas pesquisas", diz o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço; "O desgaste do PSDB, na eleição de Dória era imensamente menor", afirma
Por Fernando Brito, do Tijolaço - Há muita gente, e não neófita em política, que acha que o início da propaganda de rádio e televisão fará Geraldo Alckmin saltar posições nas pesquisas que hoje o colocam em quarto e até quinto Lula, atrás de Lula, Bolsonaro, Marina e, às vezes, Ciro Gomes.
Não vejo assim, embora concorde que algo vai tirar de sua ampla exposição, ocupando 40% do tempo de TV e das inserções.
Cita-se, para justificar esta expetativa de “arrancada”, como exemplo a ascensão meteórica de João Dória, em 2016, que tinha, a esta altura, apenas um pouco mais do que Alckmin apresenta nas pesquisas.
Para mim, as semelhanças param por aí.
O desgaste do PSDB, na eleição de Dória era imensamente menor. Tanto que em setembro de 16, Aécio Neves aparecia no programa do então candidato tucano como seu cabo eleitoral.
Já o inferno astral do PT, com o impeachment de Dilma estava em seu auge.
Doria era uma novidade; Alckmin é um dejà vu.
Naquele momento, tinha 50% de desconhecimento e rejeição de 22%, menos da metade que seu então padrinho tem agora nas pesquisas mais generosas com ele. Nas mais azedas, tem o triplo.
O ex-apresentador de televisão, no momento de maior desgaste dos políticos, apresentava-se como “não político”, apenas gestor.
Alckmin não tem como repetir esta estratégia.
O eleitorado da capital paulistana é, sob quase todos os aspectos, diferente do eleitorado nacional.
O desempenho televisivo de Doria, um profissional da área, é incomparavelmente melhor que o de Alckmin.
Não havia um Bolsonaro em seu quintal.
E não havia um Lula, como há agora, a polarizar o eleitorado nacional e a perspectiva de, pela sua mão, crescer a identificação de Fernando Haddad como seu eventual substituto.
Não existe, a meu ver, possibilidade para Alckmin crescer senão um murchar súbito de Bolsonaro, o que parece difícil de acontecer.
Mas, se acontecer assim, no es lo mismo, pero es igual no primeiro turno.
O segundo, como sempre, é outra história, seja com quem for.
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