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Poder

FHC prega continuidade do modelo Temer após 2018

Embora o golpe tenha provocado a maior destruição de riquezas da história do Brasil, que tem hoje 14,2 milhões de desempregados, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso propõe a continuidade do modelo Temer, que é rejeitado por 92% dos brasileiros; segundo ele, é preciso organizar as forças políticas para que haja "continuidade"

Temer FHC (Foto: Leonardo Attuch)
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Por Luiz Guilherme Gerbelli e Patrícia Duarte

SÃO PAULO, 5 Mai (Reuters) - A reforma da Previdência é importante, mas sozinha não tem força suficiente para garantir a retomada do crescimento econômico de forma sustentada, que virá também com mais atuação de parceiras público-privadas, afirmou à Reuters o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

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E esse passo, acrescentou, dependerá de uma certa "continuidade" do que está sendo feito hoje, referindo-se ao próximo governo que sairá das urnas em 2018.

"Houve a invenção de que ou se faz a Previdência ou o Brasil acabou", afirmou Fernando Henrique, que comandou o Brasil de 1995 a 2002 e é um dos fundadores do PSDB.

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A reforma da Previdência, que está sendo analisada pelo Congresso Nacional, tem sido apontada pelo governo Michel Temer e por boa parte dos agentes econômicos como essencial para colocar as contas públicas em ordem e fazer a economia voltar a crescer depois de dois anos de recessão.

O ex-presidente defendeu que a reforma é importante para melhorar o lado fiscal do país e a "confiabilidade" dos investidores junto ao Brasil, e acrescentou que o governo Temer o tem surpreendido positivamente por conseguir colocar temas importantes na pauta. Mas logo emendou que é preciso mais, como parcerias com o setor privado, e investimentos em infraestrutura.

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"Eu creio que o governo atual sabe disso", afirmou. "(Mas) é óbvio que um governo que tem essa origem (após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, sem voto popular), não tem força suficiente para fazer tudo que é necessário. Vamos precisar de uma eleição. Espero que seja possível até o ano que vem organizar as forças políticas."

A retomada, pontuou o ex-presidente, também depende "de fatores que são controláveis e não controláveis", e ressaltou que a economia mundial vive um ciclo de expansão, o que ajuda o Brasil a se recuperar. Também defendeu que estão vindo sinais positivos no agronegócio.

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"A safra deste ano vai ser de 220 milhões de toneladas. Quando eu era presidente, nós comemoramos quando chegamos a 100 milhões de toneladas", afirmou.

O ex-presidente também enxerga uma via de crescimento econômico por meio dos investimentos em infraestrutura, mas isso só deve se confirmar se os investidores confiarem na economia brasileira.= 

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AGENDA DE REFORMAS

Fernando Henrique, que também foi ministro da Fazenda durante o governo de Itamar Franco e ajudou a implementar o plano Real, disse que o governo Temer tem falhado na comunicação sobre as reformas. No caso da Previdência, acredita que a equipe econômica deveria ter encampado as mudanças como forma de reduzir privilégios, e não para melhorar o equilíbrio fiscal.

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"As pessoas estão convencidas de que a reforma da Previdência é contra os trabalhadores", afirmou. "Quando você dá como motivação o equilíbrio fiscal, a comunicação está errada."

O tucano também elogiou a reforma trabalhista, sobretudo com o fim do imposto sindical, "uma medida tomada inspirada no governo fascista da Itália".

"O governo Temer mexeu em pontos difíceis que não dão popularidade, mas que levam o país a se aparelhar melhor para o mundo contemporâneo", afirmou.

Questionado ainda se sua própria história poderia se repetir agora, com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tornando-se presidente da República, avaliou ser muito difícil. Argumentou que, quando era ministro, a população sentiu "na hora" o bônus da estabilização da moeda.

"Agora, se tem caminho de sacrifício e não é um caminho de bonança", afirmou. "É difícil quem exerce o cargo de ministro da Fazenda se transformar em um candidato popular." 

(Reportagem adicional de Alexandre Caverni e Daniel Flynn)

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