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Globo e Folha abrem ofensiva para derrubar Haddad e inflar Ciro

A pesquisa do Datafolha, divulgada no exótico horário de meia-noite, apresentou a mesma tendência da pesquisa do Ibope da véspera: Bolsonaro cresce pouco, Haddad cresce aceleradamente e Ciro, Alckmin e Marina estão estagnados ou em queda; mas o fato de o número do Datafolha para Haddad ter sido menor, na margem de erro (19% a 16%), foi o suficiente para que a Globo e a Folha iniciassem uma campanha agressiva de ataques a Haddad e de estímulo a Ciro, com o objetivo de atacar seu inimigo jurado, o PT, e criar uma alternativa a ele -Ciro- com a vantagem extra de dividir o campo progressista

Globo e Folha abrem ofensiva para derrubar Haddad e inflar Ciro

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247 - A pesquisa do Datafolha, divulgada no exótico horário de meia-noite, na virada desta quarta para quinta (20), apresentou a mesma tendência da pesquisa do Ibope da véspera: Bolsonaro cresce pouco, Haddad cresce aceleradamente e Ciro, Alckmin e Marina estão estagnados ou em queda. Mas o fato de o número do Datafolha para Haddad ter sido menor, na margem de erro (19% a 16%), foi o suficiente para que a Globo e a Folha iniciassem uma campanha agressiva de ataques a Haddad e de estímulo a Ciro, com o objetivo de atacar seu inimigo jurado, o PT, e criar uma alternativa a ele -Ciro- com a vantagem extra de dividir o campo progressista.

A manobra foi explícita. A manchete da Folha de S.Paulo desta quinta rompe o padrão histórico do jornalismo do diário dos Frias de apresentar os números das pesquisas do Datafolha para um título interpretativo: "Bolsonaro vai a 28% e Haddad, a 16%; Ciro lidera no 2º turno, mostra Datafolha". A manchete é um fenômeno, observou Leonardo Attuch, editor do 247, no programa Bom Dia 247: "A Folha pescou o dado do terceiro colocado na pesquisa, que não vai ao segundo turno, para inventar uma eleição que não existe, com objetivo de atacar o Haddad".

O Globo levou a manobra ainda mais longe, ao lançar um título quase inacreditável na história das pesquisas: "Datafolha: Ciro Gomes lidera como segunda opção de voto". Os Marinho estão dispostos a tudo para evitar o PT no segundo turno, mesmo a custo, conforme observou o analista Breno Altman em entrevista na TV 247 na manhã desta quinta, "de encamparem Ciro, um candidato que não gostam, no qual não confiam".

Para Breno, a manobra tem pouca chance de sucesso, porque "segundo o próprio Datafolha, Ciro está estagnado e Haddad não chegou ainda ao auge do processo de transferência de votos". É uma manobra desesperada, para tentar evitar o segundo turno PT versus antipetismo, no qual o PSDB será substituído por Bolsonaro. 

Com este objetivo, a imprensa conservadora tem operado para criar conflitos entre Haddad e Ciro para dificultar o que é certo: uma aliança entre os dois no segundo turno, como aconeceu em 1989, quando Brizola apoiou Lula depois de um primeiro turno recheado de conflitos entre ambos. Além disso, o objetivo é criar confusão e dissensões no próprio campo petista, o que foi feito nos últimos dias ao inventar a história de que Haddad teria negado dar indulto a Lula como se fosse quase uma traição ao ex-presidente, quando esta é a posição do próprio Lula. 

O jornalista Fernando Brito observou um dos momentos mais cômicos da operação de distorção das pesquisas encenada na madrugada desta quinta pela jornalista Renata Lo Prete no Jornal da Globo:

"Disse ela que 'a principal diferença entre este Datafolha e o Ibope que nós mostramos ontem é a distância entre Haddad e Ciro, mais estreita na pesquisa de hoje' , seguida de uma penca de ressalvas sobre  data do campo e metodologia. Mas, afirma ela, 'vale a pena observar'. 'Na de ontem, Haddad, já aparecia isolado em segundo lugar; na de hoje, Ciro Gomes aparece em empate com ele'.

Vejam que maravilha: usando-se a diferença de um dia entre pesquisas, sugere-se que o candidato que cresceu – segundo o próprio levantamento, 0,5% ao dia em seis dias e saiu de um empate numérico com outro (que não cresceu absolutamente nada) para uma vantagem de 3 pontos foi, pela narrativa, 'alcançado' em 24 horas pelo que ficou parado ao longo de três pesquisas!" (leia aqui).

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