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Guerra religiosa marca retrocesso político em SP

Pastor pede que colegas consigam pelo menos cem votos para Celso Russomanno, e Fernando Haddad enxerga "risco de fundamentalismo" na campanha; já Gabriel Chalita prepara inserção, em sua propaganda de tevê, do padre Marcelo Rossi, já visitado por José Serra; voto religioso faz milagre?

Guerra religiosa marca retrocesso político em SP (Foto: Edição/247)

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247 - O assunto vem sendo tema da mais constante pergunta ao candidato Celso Russomanno (PRB) nesta eleições: "e a Igreja Universal?". O candidato desconversa, diz que está sendo apoiado por outras igrejas além da Universal, que lidera seu PRB. E de fato está: pastores da Assembleia de Deus Ministério em Santo Amaro pediram voto na noite desta sexta-feira para Russomanno durante culto na zona sul paulistana, citando, inclusive, o número do candidato. Mas Russomano não é o único a buscar apoio entre os religiosos.

O candidato do PMDB, Gabriel Chalita, participou de missa do Padre Marcelo Rossi, no Santuário Mãe de Deus, na zona sul da capital paulista na noite da quinta-feira 6 e vai usar imagens da visita em sua propaganda eleitoral de tevê, comoantecipa o Terra Magazine. "Vou apresentar um amigo que há muito tempo disse que viria aqui", disse o padre ao lado do peemedebista no palco. "Essa missão é uma bênção, assim como o Padre Marcelo Rossi", retribuiu Chalita.

José Serra (PSDB) e Russomanno já passaram pelo culto de Marcelo Marcelo. Todos os já mencionados têm, em suas bases, o apoio de alguma igreja. O tucano chegou a chorar ao receber a bênção do padre, que só não recebeu o petista Fernando Haddad. Mas não foi por falta de vontade. Pelo menos do petista. Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, Rossi alegou dor de dente no dia em que iria receber Haddad.

Haddad, aliás, apontou "risco de fundamentalismo" nessa mistura entre religião e política. "Jamais partidizaria uma igreja. É uma mistura equivocada", disse, apesar de não desprezar o tema. O petista disse que não buscaria alianças no setor, mas faz questão de elogiar a ação social das igrejas e visitá-las."Uma coisa é pedir e oferecer apoio para a missão da igreja e da prefeitura, no sentido de ajudar os mais pobres. Mas minha relação para aí."

A mistura entre religião e política põe em risco, mais uma vez, o debate efetivo sobre os problemas e soluções para melhorar a vida do eleitor, a exemplo do que ocorreu na corrida eleitoral de 2010. Naquele ano, a polêmica sobre o aborto foi um dos fatores apontados como determinantes para o segundo turno entre Dilma Rousseff e José Serra. São Paulo estaria disposta a reabrir o debate em âmbito municipal?

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